GPS Brasília comscore

Verão e alergias: cuidados com a pele e sistema respiratório

O GPS conversou com profissionais que alertaram como se prevenir na estação

Compartilhe:

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 30% da população brasileira enfrenta algum tipo de alergia. O período de verão, associado a mudanças na rotina e exposição a diversos elementos, pode intensificar as reações alérgicas, tanto na pele quanto no sistema respiratório.

O GPS conversou com especialistas para compreender como o verão influencia o aumento das alergias. Fabrício Theodoro, dermatologista do Hospital Santa Lúcia Sul, e Gustavo Magalhães, médico otorrinolaringologista da clínica OtorrinoDF, compartilharam insights valiosos sobre alergias de pele e respiratórias.

Alergias de pele no verão

Durante o verão, mudanças na rotina e maior exposição solar podem desencadear diversos tipos de dermatites. Fabrício Theodoro destaca algumas delas:

  • Dermatite Atópica: Caracterizada por pele ressecada e manchas vermelhas, pode piorar com exposição a mofo, falta de hidratação, produtos químicos e alérgenos.
  • Dermatite de Contato: Reação a substâncias alergênicas, especialmente produtos pouco utilizados durante o ano. Pode ser alérgica ou irritativa.
  • Urticária Solar: Irritação pela exposição ao sol, gerando manchas elevadas avermelhadas e coceira.
  • Miliária (Brotoeja): Vesículas na pele devido à transpiração excessiva e obstrução dos poros.
  • Foliculite: Inflamação da pele relacionada a bactérias, fungos ou agentes diretos, como a depilação.
  • Prurigo Estrófulo: Placas vermelhas e coceira causadas por picadas de insetos ao ar livre.
  • Alergias Alimentares: Amendoim, caranguejo e frutos do mar, comuns no verão, podem causar coceira e vermelhidão na pele em pessoas suscetíveis.
As alergias de pele são frequentes no verão

Fabrício Theodoro explica que a prevenção é crucial, especialmente para aqueles que já tiveram reações anteriores. Evitar agentes causais específicos e procurar tratamento adequado são medidas essenciais diante de quadros cutâneos extensos.

“As reações alérgicas dependem tanto do meio ambiente quanto da suscetibilidade do indivíduo. Essa interação irá determinar se teremos um quadro alérgico na pele ou não. Pessoas que em exposições prévias tiveram reações devem evitar o agente causal, como marca específica de cosmético, exposição solar intensa sem proteção, alimentos, ambientes com mofo e ácaros. Na presença de quadro cutâneo extenso, coceira intensa, lesões persistentes devem ser avaliadas pelo especialista para orientar um tratamento adequado e programar futuras exposições”, ensina o dermatologista. 

Alergias respiratórias e cuidados com o ambiente

Segundo Gustavo Magalhães, o aumento da umidade durante o verão, devido às chuvas, favorece a proliferação de mofo, um dos principais desencadeadores de alergias respiratórias. O mofo também alimenta ácaros, agravando os problemas respiratórios.

Para prevenir alergias respiratórias, Magalhães destaca cuidados ambientais:

  • Ventilação: Manter ambientes bem ventilados e arejados.
  • Limpeza: Lavar cortinas, tapetes, capas de almofadas e roupas de cama regularmente.
  • Exposição ao Sol: Deixar o colchão exposto à luminosidade solar.
  • Aspiração: Preferir aspirar a varrer para evitar a dispersão de alérgenos.
  • Animais de estimação: Se possível, manter os animais mais em ambientes externos.

Magalhães enfatiza a importância da prevenção, denominando essas medidas como “cuidados ambientais”, essenciais para pacientes com alergias. Ao adotar essas precauções, é possível minimizar os riscos e aproveitar o verão com mais conforto e bem-estar. O profissional também explica que é importante tomar cuidado em relação ao uso do ar-condicionado, aparelho muito usado no verão. “Além de aumentar o ressecamento das vias aéreas, aumentando sua susceptibilidade a processos irritativos. Os filtros e os sistemas de dúctil, quando não adequadamente limpos ou higienizados, podem acumular agentes causadores de alergias”, justifica. 

“Em caso de sintomas persistentes, a busca por orientação médica é fundamental para um tratamento adequado”, destaca o otorrino.