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Vem aí o Arraiá GPS! Festas juninas remontam a tradições pagãs europeias

Celebrações do solstício se uniram a dias santos da Igreja Católica em um caldeirão cultural trazido para o Brasil pelos portugueses

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O Arraiá GPS vai abrir a temporada de festas juninas de Brasília, com comidas típicas, chefs consagrados e muita diversão. Mas você sabe qual é a origem desse tipo de evento? O GPS te conta por quê as festas juninas são o que são hoje em dia.

 

A festa está marcada para o sábado, 27 de maio, na Asbac. A atração principal é o Falamansa. Os ingressos custam R$ 80 e estão à venda no site Bilheteria Digital.

 

É possível que as festividades pagãs que eram promovidas no solstício de verão europeu, a transição a partir da primavera, tenham sido as responsáveis por popularizar esse tipo de celebração. Com o tempo, foram adicionadas datas comemorativas, por influência da Igreja Católica, a exemplo dos dias de Santo Antônio, São João e São Pedro. Esses santos são lembrados nos dias 13, 24 e 29 de junho, respectivamente.

 

A chegada dos portugueses no Brasil, em 1500, trouxe tradições europeias. O nome inicial era festa joanina, em referência ao Dia de São João, mas, com o tempo, a nomenclatura mudou para junina.

 

Delícias

Outro motivo para as festas na virada da primavera para o verão era comemorar as colheitas. O trigo, abundante em Portugal, era um desses produtos colhidos. Como não havia tanto trigo no Brasil na época, o milho foi introduzido como uma das principais matérias-primas para as comidas típicas. Assim, canjica, pamonha, curau, bolo de milho e muitas outras variações caíram nas graças dos brasileiros ainda durante a colônia.

 

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Divulgação Campina Grande

 

A fartura sempre foi uma marca das festas juninas. Com o tempo, foram introduzidos outros pratos como a paçoca, o pé de moleque e a maçã do amor. 

 

O Nordeste se orgulha de ser a região brasileira onde as festas juninas são mais tradicionais. O São João de Campina Grande, na Paraíba, é tido como o maior evento do tipo no Brasil e recebe milhões de pessoas todos os anos.

 

As quadrilhas juninas também são uma atração à parte. As danças são representações inspiradas nos bailes franceses. Com o tempo, os brasileiros incluíram a encenação cômica do casamento, ironizando os matrimônios arranjados, típicos da roça.

 

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Foto: Luara Baggi

 

Referências do francês

Palavras francesas também foram adaptadas ao português no universo das quadrilhas. En arrière foi transformado em anarriê, que significa o comando dado ao mestre para que os dançarinos voltem para trás. En avant tous virou alavantu, para sinalizar que os participantes sigam para frente. 

 

Vis-à-vis nem precisou ser aportuguesada e significa homens de frente para as mulheres, no momento em que se cumprimentam. Tour é o momento em que o mestre grita para que os casais dêem uma volta completa, com a mulher abraçada e pendurada no homem.

 

Por falar em quadrilha, as danças são levadas a sério por muitos grupos espalhados pelo Brasil. O circuito nacional é bastante concorrido e premia as melhores apresentados. Para chegar até o título, é preciso vencer seletivas estaduais e regionais para disputar o campeonato. A tradição virou profissão para muitos quadrilheiros, o nome que recebem os bailarinos das quadrilhas.

 

 

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Divulgação Campina Grande