Brasília é conhecida pela grande quantidade de árvores e abundância de flores que trazem cor para a capital. Desde a inauguração da capital, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) realiza a manutenção das diferentes espécies espalhadas nas regiões administrativas (RAs). Só no Plano Piloto, são 1,5 milhões de árvores plantadas, garantindo sombra para amenizar o calor do Cerrado e nas superquadras funcionam como barreira para o barulho que vem do comércio. Há um calendário de árvores que florescem durante o ano todo no Distrito Federal.
“Brasília tem flores o ano todo”, explica o diretor do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Raimundo Silva. “Todas as espécies produzem flores. Algumas passam despercebidas; outras, não.” Ipê, cambuí, paineira, flamboyant, jequitibá, jacarandá, quaresmeira e sapucaia são apenas algumas dessas árvores que colorem as ruas da cidade de amarelo, rosa, vermelho, branco e roxo de janeiro a dezembro. O urbanista Lúcio Costa desenvolveu o projeto da construção do Plano Piloto reforçando a harmonia entre os monumentos e espaços arquitetônicos com ambientes floridos em grandes áreas verdes. Segundo o pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, a cidade foi concebida para ter “prédios nascendo como da clareira de uma floresta.”
O ano começa com a florada amarelo-alaranjada do cambuí, em janeiro. São cerca de 350 mil árvores do tipo espalhadas pelo DF, com maior concentração às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), na altura do Setor de Oficinas Norte (SOF Norte), próximo à Vila Planalto, na via L4 Norte, e em frente ao Quartel General do Exército.
De fevereiro a junho, as tonalidades de cor-de-rosa, mais clara ou mais escura, recobrem as cerca de 150 mil paineiras plantadas em todas as regiões administrativas. A espécie também é chamada de barriguda, por causa das saliências da casca do seu caule.
Em abril, o lilás e o roxo das quaresmeiras colorem as ruas da capital. Essas árvores se destacam principalmente em frente à SQS 114, nas adjacências do Centro de Atividades (CA) do Lago Norte e próximo à Praça das Fontes, no Parque da Cidade. Já em junho, começa a temporada dos ipês, as árvores mais conhecidas dos brasilienses. A cidade fica colorida de roxo, com flores que permanecem firmes aos pés até setembro. Mas o arco-íris começa a se formar em julho, quando entram em floração os ipês-amarelos. Depois vem o ipê-rosa – tonalidade um pouco mais clara que o roxo –, o branco e o verde. Até outubro há ipês florindo. Dependendo do clima, as espécies podem florir até duas vezes por ano.
Todo o DF tem em torno de 600 mil ipês, com maior concentração no Plano Piloto. Mas essas árvores também estão presentes na maioria das regiões administrativas. Embelezam o percurso dos motoristas que trafegam diariamente pelo Eixão Norte e Sul. Projetam sua beleza de longe, podendo ser avistadas nas quadras 404 e 216 da Asa Norte, na tesourinha da 114 Sul e na altura do Sesc da 504 Sul. As cores dos ipês obedecem a uma ordem de floração, atraindo olhares e cliques dos mais variados espectadores no Distrito Federal. Somente no Plano Piloto são aproximadamente 200 mil exemplares da espécie.
Os ipês, de uma forma geral, atingem o estágio adulto em aproximadamente dez anos e a duração das flores é de 15 dias em média, sendo que uma árvore pode florir mais de uma vez durante o período seco. Como as árvores não florescem todas ao mesmo tempo, a floração de uma mesma cor pode durar até dois meses, dependendo das condições climáticas. As mudas de ipê são plantadas nas áreas verdes em período chuvoso do ano, sendo nativas e adaptadas ao clima do cerrado. Todas as mudas de árvores e flores plantadas pela Novacap no DF são provenientes dos viveiros da Companhia.
Outra atração que compõe o cartão-postal da cidade são os flamboyants, que começam a ficar floridos com o fim da seca, em outubro. A floração vai até dezembro. São apenas 8 mil árvores dessa espécie no Plano Piloto, mas a coloração alaranjada e vermelha das flores destaca a copa na paisagem da capital. As principais espécies podem ser vistas no canteiro leste do Eixão Sul (em frente às superquadras 209, 210 e 211), em frente ao Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), no Eixo Monumental (em frente à Praça do Buriti), no canteiro central da Estrada Parque Dom Bosco e no Lago Sul, e ainda em cidades como Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Gama e Taguatinga.
Arborizar uma cidade não é uma tarefa puramente ornamental. As árvores purificam o ar, proporcionam sombra, abrigam a fauna, atenuam a luminosidade excessiva da capital, melhoram a umidade do ar, reduzem a ação dos ventos, diminuem ruídos e impactos sonoros e proporcionam conforto ambiental.
No período de estiagem, são utilizadas flores de espécies resistentes ao sol e calor como as camomilas, cravos, dálias, flocos, perpétuas, petúnias e sálvias. Além das zíneas, com uma grande variedade de cores. No período de chuva, mesmo tendo menos opções, Brasília segue florida. Com espécies que sobrevivem ao solo encharcado.
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Para manter nossa cidade bonita e segura, quando temos fortes chuvas e ventos, a Novacap faz as podas preventivas. Nelas são avaliados se a árvore está saudável, ou sofrendo alguma patologia. Se estiver doente, ou se os galhos estiverem apresentando algum risco para pedestres e motoristas, realiza-se a poda. Mas se ela estiver em fase de declive, será suprimida. Ao longo dos anos da cidade, muitas das árvores já cumpriram seu papel e foram vencidas pelo tempo ou pela própria ação da mãe natureza e, por isso, precisaram ser retiradas.
Os moradores do Distrito Federal que encontrarem árvores em situações que possam gerar transtornos devem entrar em contato com a Novacap pelo número 3403-2626. Em poucos dias, engenheiros florestais da companhia irão ao local para avaliar as condições e tomar as providências necessárias. Já no caso de o cidadão considerar que a árvore pode cair subitamente, deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal pelo telefone 193.
Destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas em endereços públicos ou privados é crime previsto em lei. É o que prevê o artigo 49 da lei nº 9.605/1998, que dispõe sobre as condutas lesivas ao Meio Ambiente. A pena é de detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Para denunciar atos de vandalismo ou furtos, basta ligar para a Ouvidoria da Novacap, no telefone 3403-2626, ou na Polícia Civil, pelo número 197.