FIGO
Como a vespa do figo se eviscera
para penetrar no labirinto de néctar
pela claraboia exígua do jardim do avesso
e, no leito de flores diminutas,
morrer de parto e de devora
pelos filhos ávidos, de dentro pra fora
– ela uma mãe, também, do avesso –
nesta mais evanescente tumba
que um mero inseto jamais tivera,
eu,
guiado pelo instinto cego
e surdo aos sussurros do perigo,
entro de cabeça, tronco e membro
no teu visgo.
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