Tiago Fernandes Neste 7 de Setembro, atos em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tomaram as ruas de capitais como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Reunindo governadores, parlamentares, líderes religiosos e milhares de apoiadores, as manifestações pediram anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, criticaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e exaltaram figuras como Donald Trump, seja com cartazes em inglês e bandeiras dos Estados Unidos.
Em Brasília, a poucos quilômetros do desfile oficial com a presença de Lula e representantes do governo, lideranças e políticos bolsonaristas atacaram o atual presidente e o ministro do STF Alexandre de Moraes com faixas e discursos inflamados. Enquanto o deputado Zé Trovão ameaçou Lula e Moraes dizendo que os dias deles “estão acabando”, a deputada Bia Kicis afirmou que “a anistia é uma imposição”.
Malafaia e Tarcísio discursam na Avenida Paulista
Em São Paulo, a Avenida Paulista foi o principal palco da mobilização. Com gritos de “Bolsonaro Free”, cânticos evangélicos e o lema “Reaja Brasil: o medo acabou”, os manifestantes pediram a anistia irrestrita aos réus do 8 de janeiro, além do impeachment do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes. O ato contou com a presença de líderes religiosos como o pastor Silas Malafaia, que acusou o STF de “perseguir politicamente” a direita e defendeu Bolsonaro como vítima de injustiças.
“Crime de prisão é menor do que crime de golpe de Estado. Nem eles acreditam em golpe. Se acreditassem, Bolsonaro estaria sendo julgado no plenário do STF. Essa é a piada do golpe em que nem eles acreditam”, afirmou o pastor em cima do trio elétrico.
Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou do evento e classificou a atuação do ministro Alexandre de Moraes como “tirania”. Segundo ele, há uma tentativa de “construir narrativas” para incriminar o ex-presidente. Tarcísio defendeu uma anistia ampla para os envolvidos no 8 de janeiro e afirmou que o país precisa “se livrar do PT” e da atual condução política.
“Não se pode destruir a democracia sob o pretexto de resgatá-la”, disse.
Foto: Paulo Pinto/ Agência Brasil
Michelle e Flávio Bolsonaro discursam no RJ
No Rio de Janeiro, o ato em Copacabana reuniu o senador Flávio Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e deputados como Eduardo Pazuello, Alexandre Ramagem e Clarissa Garotinho. Flávio afirmou que “a verdadeira trama golpista” é o julgamento de Bolsonaro pelo STF e disse que os atos são uma resposta à “tentativa de calar a liberdade”.
Michelle, por sua vez, fez falas emocionadas com forte apelo religioso e criticou a vigilância exagerada em sua residência.
“Quem era para estar aqui era meu marido, que hoje está amordaçado dentro de casa. Com uma tornozeleira, não foi julgado e está preso. Com policiais olhando os muros dos vizinhos para saber se ele pode pular. “Estou tendo que me desdobrar como mãe, como esposa, como presidente do PL, mas, acima de tudo, como amiga, para poder cuidar dele”, disse Michelle.
Foto: Reprodução/ YouTube
Bandeiras dos EUA e boneco do Trump
Tanto na Paulista quanto em Copacabana, chamaram atenção bandeiras dos Estados Unidos e faixas com mensagens em inglês, como “SOS Trump” e “Bolsonaro Free”. Os cartazes em apoio ao ex-presidente norte-americano foram acompanhados por agradecimentos ao deputado Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos EUA e tem feito articulações políticas no exterior.
Já nas manifestações de Recife, o que mais chamou atenção foi um boneco gigante do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. De terno azul e tom da pele alaranjado, o boneco inflável fez parte dos atos que movimentaram a capital pernambucana.
