Donald Trump tomou posse nesta segunda-feira (20), como o 47º presidente dos Estados Unidos e voltou com promessas antigas e também novas. Ele voltou a alvejar imigrantes ilegais no país e reiterou a promessa de implementar uma ampla reforma do sistema de comércio internacional.
Trump repetiu que pretende impor tarifas a países estrangeiros com o objetivo de “enriquecer os americanos”, além de confirmar a criação de um Serviço de Receita Externa, órgão análogo à Receita Federal que buscará coletar os tributos cobrados sobre as importações. Para ele, esta medida irá trazer dinheiro estrangeiro para o Tesouro americano.
Sobre os imigrantes, ele prometeu decretar emergência nacional na fronteira com o México, afim de parar imediatamente o fluxo imigratório ilegal. Ele argumenta que cartéis de drogas serão designados como organizações terroristas estrangeiras. Para implantar a medida, tropas devem ser enviadas para a região para acabar com o que chama de “desastrosa invasão” do país. “Minha maior responsabilidade é proteger o país”, destacou.
Trump também irá declarar emergência nacional de energia para ampliar a produção americana com o objetivo de frear a inflação. O republicano prometeu completar a reserva estratégica de petróleo com o bordão “Drill, baby, drill!” (Vamos perfurar, baby). A presidência promete que libertará o setor de energia dos Estados Unidos ao “acabar com as políticas de extremismo climático de Biden”, e cita uma retirada do Acordo de Paris como uma medida nesta sentido.
O canal do Panamá não ficou de fora do discurso, e disse que irá retomar o controle. Segundo o presidente, os panamenhos violam a neutralidade do canal ao cobrar preços maiores aos americanos. “E acima de tudo, a China está operando o Canal do Panamá e nós não o demos à China. Nós o demos ao Panamá. E nós o tomaremos de volta”, ressaltou o presidente ao discursar no Capitólio, em Washington D.C. Trump também anunciou, em sua fala, que mudará o nome do Golfo do México para “Golfo da América”.
Presença do Brasil na posse
O presidente Lula não compareceu à posse, em seu lugar, a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti. O fato do ex-presidente Jair Bolsonaro não ter tido permissão para ir à posse causou alarde no Brasil e no mundo. Em seu lugar, deputados da direita brasileira e sua mulher, Michelle Bolsonaro, foram a cerimônia. Bolsonaro afirmou que sofre perseguição no País.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que sente que a decisão de reter o passaporte de Bolsonaro é um tanto quanto contraditória, já que a justiça brasileira considera alguém inocente até que se prove o contrário. Nunes ainda apontou a incoerência de permitirem a ida de Bolsonaro para a posse de Javier Millei, na Argentina e não permitirem a ida para os Estados Unidos.
Após a posse, o presidente Lula publicou, em suas redes sociais, cumprimentos ao chefe de estado americano: “Em nome do governo brasileiro, cumprimento o presidente Donald Trump pela sua posse. As relações entre o Brasil e os EUA são marcadas por uma trajetória de cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica. Nossos países nutrem fortes laços em diversas áreas, como o comércio, a ciência, a educação e a cultura. Estou certo de que podemos seguir avançando nessas e outras parcerias. Desejo ao presidente Trump um mandato exitoso, que contribua para a prosperidade e o bem-estar do povo dos Estados Unidos e um mundo mais justo e pacífico.”