Mais do que uma escolha individual, os adeptos da alimentação sem carne afirmam que essa é a maneira mais eficiente para contribuir com a redução dos impactos ambientais no planeta. São inúmeras as possibilidades e nomenclaturas existentes atualmente: vegetarianismo, veganismo, ovolactovegetarianismo, pescetarianismo, flexitarianismo… são tantas que fica até difícil de saber o significa cada uma.
Veganismo é um movimento que exclui todas as formas de exploração e crueldade contra animais, na alimentação ou em outros setores como o vestuário. Já no vegetarianismo se restringe os produtos de origem animal do cardápio, e dentro desse conceito, há inúmeras divisões que contemplam pessoas com desejos e objetivos diferentes.
Os principais são ovolactovegetarianismo (alimentação sem carne que pode incluir ovos, leite e laticínios), lactovegetarianismo (sem carne e que pode incluir leite e laticínios), vegetarianismo estrito (alimentação que não inclui nenhum produto de origem animal), pescetarianismo (e inclui peixes e frutos do mar, mas exclui a carne de outros animais), flexitarianismo (propõe a redução do consumo de alimentos de origem animal e escolhe um dia da semana para não comer carne) e a alimentação plant based (além de não utilizar produtos de origem animal, prioriza os alimentos mais naturais).
Pelo menos, 14% da população no Brasil é vegetariana, de acordo com um estudo do Ibope Inteligência em parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Já no Distrito Federal, 38,3% da população tentam evitar ou, pelo menos, reduzir o consumo de carne, segundo a pesquisa de 2023 do Observatório de Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB).
É o caso da jornalista Ellen Travassos, que se tornou vegetariana há seis anos por causa do seu amor por animais. “Não adiantava eu amar tanto alguns animais, como os pets, e comer outros, como o boi, porco e frango”, explica. Além disso, ela também percebia que a sua alimentação era muito restrita e queria incluir mais vegetais, frutas, hortaliças na dieta.
O vice-presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), Ricardo Laurino, diz que redução do consumo é positiva em diversos pontos para o meio ambiente, tanto na questão da crise climática, como no uso excessivo de terras, desperdício de água, na ineficiência na produção de alimentos. “E isso é muito importante, porque individualmente nós precisamos tomar a nossa responsabilidade e fazer as mudanças necessárias”, avalia.
Segundo Laurino, o movimento vem ocorrendo e já é possível notar um crescimento do mercado, que cada vez mais conta com novas opções de restaurantes sem carne.
A SVB atua em diversas frentes e uma delas é por meio de campanhas. A mais conhecida é a Segunda Sem Carne, que já existe em outros de países e no Brasil ela é considerada a maior do mundo. Além disso, a organização realiza eventos, como o Vegfest, e o selo vegano, que certifica produtos.
Especialistas e adeptos compartilham que são inúmeros os benefícios de uma alimentação sem carne. “Depois que me tornei vegetariana, minha digestão melhorou muito, não sinto aquela sensação de ‘peso’ depois de comer, pelo contrário, me sinto satisfeita e leve”, compartilha Ellen.