Alimentar-se corretamente é o **passaporte** para uma vida **saudável e feliz**. Não é novidade. Mas não custa lembrar, até porque esse processo deve ser iniciado no começo da vida. Por isso, introduzir os alimentos adequados ainda na infância é vital. Bem como passar por todas as fases de identificar cada comida a partir da **amamentação**.
Um levantamento do **Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil** (Enani) de 2019 apontou que menos da metade das crianças brasileiras (45.7%) recebem **amamentação exclusiva** até os seis meses. Além disso, 10% das crianças menores de cinco anos já estão em **sobrepeso**. Demonstrando que existe, atualmente, a falta de conscientização a respeito da alimentação infantil.
Segundo a especialista em nutrição do [Projeto Pigmeu](https://www.instagram.com/projetopigmeu/), Renata Riciati, a alimentação tem grande influência em seu **desenvolvimento**. No entanto, não existem regras extremamente definidas. _“O básico bem feito é sempre a melhor opção, então não existe uma superalimentação para uma gestante. Se ela fizer o básico bem feito tá ótimo, uma alimentação caseira, natural, o arroz com feijão de todo dia. Porque na correria do dia a dia acabamos por preferir desembalar do que descascar”_, relata a especialista, que lista as principais **dicas** sobre o assunto.
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**1. Comece a mudar a alimentação desde cedo:** é fundamental que a alimentação seja acompanhada desde os primeiros passos da gestação até depois do nascimento do bebê. _“Hoje em dia é importante que a mãe faça um acompanhamento nutricional, desde a época que esteja tentando engravidar, continuar esse acompanhamento durante a gestação e mantê-lo no período de amamentação”_, esclarece Renata.
**2. Atenção à alimentação durante a gestação:** alguns alimentos devem ser evitados sempre que possível. _“Existem vários alimentos que uma gestante não pode comer, por exemplo, carnes mal-passadas ou cruas, bebidas alcoólicas e cigarros devem ser evitados a todo custo. No entanto, não existem radicalismos, fazemos sugestões e alertamos quanto aos riscos”, alerta. E emenda: “Uma gestante deve ser suplementada com os principais nutrientes como o ácido fólico, ferro, Ômega 3, vitaminas do complexo B, que são essenciais e vitamina C e o zinco que atuam diretamente na imunidade”_.
3. Os meses essenciais: os primeiros seis meses da vida de um bebê são diferentes dos demais, uma vez que, durante esse período, a criança deve ser alimentada exclusivamente pelo leite materno. _“Não é indicado fornecer água nem chá para essa criança nesse período”_, explica.
Além disso, existem algumas mães que optam pela **livre demanda**, deixando o bebê mamar na hora que quiser. _“Cada mãe e seu filho funcionam de uma maneira e devemos respeitar essa individualidade. Mas, se possível, é importante montar uma rotina. Horários devem ser criados desde cedo, porém é necessário lembrar que deve haver um espaçamento de duas a três horas entre essas mamadas”_.
**4. Faça a introdução alimentar com cautela:** a introdução aos alimentos começa a partir dos seis meses do bebê. Existem várias formas. Antigamente, misturava-se tudo e fazia uma **papinha**, porém assim a criança não consegue criar seus gostos alimentares **individuais**. _“O ideal é ou amassar com o garfo ou passar na peneira e oferecer os alimentos separadamente no prato. Por exemplo, colocar o arroz, separado do feijão, da carne e dos demais alimentos. É importante que os pais montem seus pratos como o da criança, dando o exemplo. Existe uma técnica chamada BLW, em que o bebê se alimenta sozinho, mas para isso ele deve ter autonomia nas próprias mãos para pegar o alimento e levá-lo até a boca, hoje em dia é usado o método misto, onde alguns alimentos são amassados e outros são oferecidos nos cortes ideais do BLW, para que essa criança tenha contato com o sabor, a textura e aroma do alimento”_.
**5. Dê liberdade para as crianças:** também é importante dar alguma **autonomia** às crianças para deixá-las desenvolverem o próprio gosto. _”Um dos maiores erros dos pais é querer impor uma condição deles aos filhos. A quantidade de comida no prato é um ponto principal, alguns pais colocam a quantidade ideal para eles e não para a criança, essa quantidade deve atender as demandas da criança. O ideal é começar com uma colher de sopa para cada grupo alimentar, então seria uma colher de sopa de arroz, uma de feijão e assim vai progredindo de acordo com os desejos do filho”_, conclui Renata Riciati.