Em um gesto de abertura ao diálogo, a União Europeia anunciou nesta quarta-feira (10) a suspensão, por 90 dias, da retaliação às tarifas impostas pelos Estados Unidos. A medida foi comunicada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após o governo do presidente norte-americano Donald Trump recuar parcialmente e reduzir as sobretaxações a uma alíquota mínima de 10%.
Apesar do movimento considerado positivo, von der Leyen fez questão de ressaltar que o bloco permanece em alerta. “Todos os preparativos para a aplicação de tarifas sobre produtos americanos continuam em andamento e podem ser retomados caso as negociações não avancem de forma satisfatória”, declarou a presidente, afirmando ainda que “todas as opções seguem sobre a mesa”.
A trégua temporária surge em meio à crescente tensão comercial entre os EUA e seus parceiros internacionais. A nova diretriz de Trump, que mantém a taxação mínima de 10% sobre produtos estrangeiros, foi vista como um gesto de apaziguamento. A exceção fica por conta da China, que segue como principal alvo das medidas protecionistas americanas — e respondeu à altura.
Ainda nesta quarta, o governo chinês anunciou tarifas de 84% sobre uma série de produtos norte-americanos, com vigência imediata. A reação acendeu o alerta nos mercados financeiros, temerosos de uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Ao longo do dia, os mercados oscilaram intensamente. No Brasil, o Ibovespa chegou a operar no vermelho durante a manhã, mas inverteu a tendência com o anúncio da suspensão europeia e fechou em alta de 3%, aos 128.163,93 pontos. Já o dólar, que chegou a bater R$ 6,06, recuou 2,54% e encerrou cotado a R$ 5,845.
Com a trégua provisória firmada, os próximos três meses serão decisivos para definir os rumos do comércio global. Enquanto isso, a tensão persiste — e os mercados seguem atentos a cada movimento de Washington, Bruxelas e Pequim.