Uma noite que uniu recordações políticas e sabores. Assim pode ser definida a terça-feira (29), no restaurante Oscar, do Brasília Palace Hotel, que lançou a Rota da Cachaça e o rótulo Doutor Ulysses, edição comemorativa pelos 40 anos da redemocratização do Brasil. A bebida foi elaborada pelo mestre cachaceiro e jornalista Hugo Studart.
O evento recebeu personalidades que participaram ativamente da redemocratização do Brasil, como o ex-senador Hugo Napoleão; o ex-ministro Marco Aurélio Mello, do STF; e o ex-senador e ex-governador Paulo Octávio, além de autoridades do GDF, como o secretário de Relações Institucionais do DF, Agaciel Maia.

Hugo Napoleão e Paulo Octávio, na noite que celebrou a redemocratização nacional e o lançamento da Rota da Cachaça.
A solenidade teve duas fases. A primeira foi dedicada à redemocratização do Brasil. O primeiro a falar foi Paulo Octávio, que elogiou a iniciativa de Hugo Studart em unir a memória nacional e a economia local. “Foi uma surpresa poder participar desse evento. Essa nossa produção de cachaças, que é muito bom para a nossa cidade”, disse.
Brasília está se tornando a cidade das boas vinícolas, pois o vinho brasiliense é muito bom. E a cachaça também é muito boa, com o incentivo de vocês. Fico muito feliz, aqui em Brasília, por estar participando desse momento histórico”, completou.

O ex-ministro Marco Aurélio Mello, Tadeu Filippelli, Hugo Studart e Fernando Mesquita, durante o evento.
Para o organizador da noite, Hugo Studart, relembrar a história permite uma reflexão para os dias atuais. Afinal, o cenário atual relembra momentos tensos daquele abril de 1985. “Nós tínhamos uma radicalização pela esquerda, de um lado, e pela direita, de outro. A política teve homens extraordinários, como Tancredo Neves e o senador Hugo Napoleão, que vai nos contar algumas histórias neste encontro”, destacou.
Após um histórico de sua relação com o Brasília Palace, o ex-senador Hugo Napoleão lembrou sua relação com Juscelino Kubitschek durante a repressão, pois atuou com os grandes juristas Evaristo de Moraes e Silva e Sobral Pinto, na defesa do ex-presidente. Além dele, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Tadeu Filippelli, também saudou a parte política do evento. “Em uma cerimônia como essa, a gente busca a própria história A democracia se faz com coragem e com a determinação de vários homens, mas sobretudo com a memória”, destacou.

As cachaças premiadas de Brasília ganharam rotas que permitirão a exploração turística.
Rotas da bebida
Em seguida, foi a vez de brindar a Rota da Cachaça, projeto liderado pelo presidente do Sindicato de Turismo Rural e Ecológico (Ruraltur-DF), Fernando Mesquita. A ideia é a estruturação de duas rotas para promover o turismo em torno da bebida. A primeira alcança as cachaçarias no Lago Norte e regiões da Fercal e Rajadinha. A segunda segue por Alexânia até Pirenópolis.
Nesta direção, o turista encontra a cachaça Doutor Ulysses, destilada duas vezes em alambique de cobre artesanal, com cinco etapas de filtragem e aeração antes de ser envelhecida por 12 anos em barris de carvalho americano novo. Foram produzidas apenas 206 garrafas de uma bebida que visa honrar a memória de uma enorme liderança política nacional.
Precisamos resgatar o espírito de Ulysses como inspiração para superar esses tempos sombrios. Tal qual Odisseu, Ulysses apontou o rumo e nos trouxe de volta a esperança, superando extremismos e reconstruindo pontes”, define Hugo Studart.