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Uma mãozinha da tecnologia

Dor. Substantivo primitivo. Visceral. Indelével. Sobrepõe-se a toda outra sensação, mascara o entusiasmo, contamina a felicidade, furta, tira, apaga. Viver com dor é viver sob condições, enxergando o mundo por uma lente deturpada, que rouba cores e embaça prazeres. Viver com dor é vida, mas que tipo de vida é?

Rodrigo Lima entende de dor. Médico ortopedista especialista em tratamento da coluna vertebral e lombar. Há décadas assiste diariamente aos impactos degenerativos causados por lesões na região – e sabe as consequências dessa brutal e sofrível batalha. “Os pacientes que chegam até mim sentem muita dor nas costas e, com isso, sofrem muitas limitações para executar atividades simples, como caminhar, pegar peso e até simplesmente permanecer sentados por longos períodos”, conta.

Para permanecer no poder, a dor se apoia no medo, no temor, na fobia do desconhecido. “Muitas pessoas ainda possuem uma visão arcaica do que a cirurgia na coluna é. Muitos pontos, recuperação difícil, agonias… isso está no passado”. E, graças à sempre surpreendente ajuda da tecnologia robótica, o passado está longe.

Em novembro de 2022, foi realizada, em Brasília, a primeira cirurgia robótica de coluna na América Latina. Com a assistência do sistema alemão BrainLab, a equipe de médicos do Hospital Santa Lúcia fez história: mínima invasão, poucos cortes, nenhuma lesão no tecido muscular. O início da era eletrônica é também o fim da era da dor.

Responsável por imaginar e fabricar o equipamento, a empresa de origem europeia trabalha há mais de 25 anos desenvolvendo soluções que beiram o futurismo. Da ortopedia à neurocirurgia, a integração de artifícios inovadores como inteligência artificial e realidade mista – uma fusão de realidade aumentada e realidade virtual – tem numerosos benefícios, como uma constante coleta de informações sobre o status do paciente durante procedimento, inteligência artificial intuitiva para realizar movimentos de tratamento, menor exposição do paciente ao raio X e mais, cruzando a última fronteira em direção a uma medicina mais limpa, mais precisa e, ironicamente, mais humanizada. _“Essa técnica e maquinário nos permitem ter acesso à zona problemática sem abrir de fato a coluna, de modo que a recuperação do paciente se torna extremamente mais rápida e agradável”_, explica, e o vídeo publicado nas redes sociais do clínico verificam a afirmação.

Poucas horas após o procedimento pioneiro, o indivíduo, que antes vivia enormes aflições ao realizar tarefas do dia a dia, já não sentia mais angústia alguma. Sentou-se, levantou-se, surpreendeu-se. _“Nenhuma dor, nenhum incômodo”, confessou no clipe. Após rápidas 24h de observação, foi liberado para sair do hospital… andando. “Além do tempo de internação ser consideravelmente menor, o pós-operatório é sumamente mais tranquilo”_, garante o especialista. _“A ideia dessa novidade é que, com o passar das semanas, você esqueça até que fez a cirurgia. Sua vida e cotidiano retornam a um normal tão sonhado”_.

O preparo que precede a operação é importante tanto para paciente quanto para médico. Rodrigo, que se aprofundou em cirurgias minimamente invasivas por meio do programa de fellowship do Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, já estava familiarizado com a técnica, e teve facilidade na hora de dominar o equipamento – que tem intuição própria, mas opera exclusivamente sobre a orientação das mãos e olhos do médico. Ainda assim, numa profissão em que o toque é um valioso e confiável instrumento, trocar o tato por uma manipulação robotizada é algo que exige estudo, atenção e treinamento. _“É uma evolução muito grande, e com isso nosso mindset vai mudando um pouco”_, afirma. _“É necessário observar muito, e praticar mais ainda. Não obstante, o equipamento é bem intuitivo e prático, não é difícil pegar o jeito”_, assegura.

Após uma performance tão bem-sucedida, a técnica agora pode ser aplicada a diversos tipos de lesões, dores e traumas na região lombar, e é deveras recomendada a indivíduos que não tiveram sucesso com outras vias de tratamento. “No caso deste primeiro paciente, já havíamos tentado caminhos mais conservadores, como a fisioterapia e os medicamentos orais. Ainda assim, a dor não melhorava e o quadro só aumentava”, resgata. “Depois de efetuarmos uma bateria de exames, radiografias e um planejamento médico, confiamos que ele seria o caso perfeito para tratarmos com essa tecnologia. Inserimos os parafusos que alinham o posicionamento da coluna e em pouco tempo de cirurgia já havíamos concluído.”, resgata, entusiasmado com a perspectiva de um novo tempo para toda a cadeia de tratamento da coluna lombar. E, assim, dor, no more.

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