Quando foi idealizada por Juscelino Kubitscheck, Brasília virou sinônimo de modernidade. Após 64 anos desde a inauguração, o plano de JK ainda sobrevive e inspira gestores a manter viva a concepção do fundador para que a cidade permaneça na vanguarda das demais capitais.
Um exemplo é a Companhia Energética de Brasília Iluminação Pública e Serviços (CEB IPes), que iniciou a condução de um novo projeto para modernização da iluminação pública em todo o Distrito Federal. A ideia é focar na substituição de 173 mil luminárias das ruas por modelos de LED, os quais são mais econômicos e duradouros.
O plano da estatal, que promete maior eficiência energética, redução de custos e melhorias urbanas, é considerado um dos mais abrangentes já realizados na região da sede do governo federal.
Durante entrevista à revista GPS|Brasília (confira aqui a versão digital), o presidente da CEB IPes, Edison Garcia, afirmou que a definição das áreas prioritárias para a primeira etapa das obras foi baseada em análises técnicas e extremamente detalhadas.
“Utilizamos dados dos nossos canais de atendimento, como telefone e aplicativo, para criar um mapa de calor das demandas mais urgentes. Também levamos em consideração fatores como fluxo de pedestres e veículos, índices de criminalidade e presença de áreas comerciais ou corredores viários estratégicos”, explicou.
Além de priorizar locais com maior impacto na segurança e no trânsito, a divisão do território em lotes Norte e Sul foi pensada para otimizar os trabalhos.
“O Distrito Federal tem características regionais distintas. A separação permite mais agilidade e eficiência, além de facilitar o acompanhamento do progresso”, detalhou Garcia.
O gestor destacou ainda que áreas densamente povoadas exigem planejamento logístico para minimizar impactos no trânsito e no cotidiano da população.
Atualização tecnológica
Segundo Garcia, mesmo as luminárias de LED instaladas entre 2017 e 2020 serão substituídas para atender o movimento de modernização.
“Essas luminárias, apesar de modernas na época, já não atendem às necessidades atuais. Algumas têm menor eficiência energética ou potência inadequada para certas áreas”, afirmou.
O presidente da CEB IPes acrescentou que, em 2026, esses postes estarão no final de sua vida útil, tornando a troca economicamente vantajosa. Outro aspecto destacado pelo gestor será a padronização do parque de iluminação pública.
Segundo ele, uniformizar a qualidade da luz em todas as regiões do DF reduz custos de manutenção e facilita o atendimento às demandas da população. O projeto também inclui uma integração com a Secretaria de Transporte e Mobilidade no programa Luz no Ponto, com foco na iluminação de paradas de ônibus.
“Brasília foi planejada com menos postes, mas sabemos da importância de iluminar adequadamente esses locais para aumentar a segurança e o conforto, especialmente à noite”, afirmou.
Combate a furtos
Outro desafio enfrentado pelo projeto são os furtos de cabos, que atrasam as obras e afetam a qualidade da iluminação. Segundo Edison Garcia, a CEB IPes está adotando medidas preventivas, como o uso de materiais menos atrativos e reforço da proteção física.
“Também estamos promovendo campanhas educativas para conscientizar a população e incentivar denúncias”, acrescentou.
Para garantir a qualidade e os prazos, a fiscalização será contínua. “Estabelecemos um sistema rigoroso periódicas para monitorar o trabalho das empresas contratadas”, explicou.
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Impactos
A substituição das luminárias por LED promete benefícios diretos à população. “Uma iluminação mais eficiente reduz crimes e acidentes em vias urbanas, além de valorizar os espaços públicos”, ressaltou.
Segundo Edison Garcia, a modernização não se restringe à economia de gastos, mas também contribui para a sustentabilidade, reduzindo custos operacionais e emissões de gases de efeito estufa.
Além da necessidade cotidiana da população, Garcia sublinhou que a economia de até 50% no consumo de energia com as novas luminárias de LED é um dos principais benefícios do projeto.
Segundo ele, estudos comparativos mostraram que as luminárias de vapor de sódio ou mercúrio consomem significativamente mais energia do que as escolhidas para a nova fase da iluminação de Brasília.
“Nosso plano está focado na modernização e, principalmente, nas questões ambientais, com redução de custos e reinvestimento em novas melhorias para a rede pública”, explicou.
“Esse legado trará benefícios duradouros para a qualidade de vida da população brasiliense”, concluiu Edison Garcia.