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Uma História de Amor pelo Cinema que jamais se acabará

Foi o professor da UnB Rogério Costa Rodrigues que fez aflorar de vez o que eu já sabia desde a infância

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**Cinema** ainda é a maior diversão, não é assim que falam? Pois está certo. Mas no meu caso, o cinema _é muito mais que entretenimento_. É quase uma religião, e aqui não vai haver nenhum exagero. Lembro-me de quando criança, implorar insistentemente com minha mãe até vencê-la pelo cansaço, e conseguisse finalmente que ela me levasse ao cinema.

Chegávamos cedo para comprar os ingressos. Depois passávamos pela pipoca, escolhíamos o refrigerante e, só então, nos dirigíamos à sala de projeção para pegar um bom lugar à frente. Era um **ritual** sagrado que depois transmiti à minha filha e, até hoje, pratico _“ipsis litteris”_.

Mais tarde, já adolescente, combinava com as amigas de nos encontramos no _hall_ de entrada das salas de cinema. Era o tempo dos **namoros** leves, passageiros. Nessa época, nossos filmes preferidos eram os de **romance**, que contavam histórias de amores impossíveis. Lembro de nós, meninas, saindo do cinema aos prantos, com o coração ainda batendo ligeiro em **35 mm** e a maquiagem borrada em lágrimas.

Mas foi somente quando ingressei na **Universidade de Brasília** que essa paixão pelo cinema aflorou de vez. Do currículo obrigatório de **Arquitetura e Urbanismo** (que eu cursava na época), constava uma matéria de nome pomposo: chamava-se ELEHA, sigla de _Elementos de Linguagem, Estética e História da Arte_.

O titular da matéria era o inesquecível professor **Rogério Costa Rodrigues**, já falecido. Muito mais que um simples professor, Rogério era um homem apaixonado por artes, e um **aficionado por cinema**. Como dever de casa (coisa que não era nenhum sacrifício), tínhamos que assistir filmes do **Glauber, de Fellini, Godard, Bunuel**, enfim, de todos aqueles diretores ícones da _Nouvelle Vague_ e do _Cinema Novo_ brasileiro, que se destacavam à época no circuito mundial.

À noite, religiosamente nos reuníamos com amigos no **Bar Beirute**, em torno de uma mesa de discussões calorosas, debatendo filme a filme, cena por cena. A partir daí, meu coração foi se tomando por uma paixão incontrolável. Como bem canta **Djavan**, logo entendi que havia sido implacavelmente _“jurada pra morrer de amor”_ pelo cinema.

Então fui à luta. Procurei estudar com diretores renomados do teatro, cinema e TV, frequentei cursos de Crítica e me aprofundei mais na História do Cinema. Atualmente tenho uma página no [Instagram](www.instagram.com/lulamattos.art) em que escrevo, dando dicas de filmes e séries, sempre inserindo em meus comentários e resenhas tudo que aprendi ao longo dessa caminhada.

Hoje dou início a uma nova temporada, mais um desafio. Fui convidada pelo **GPS** para escrever uma coluna quinzenal sobre cinema. Sinto-me honrada com o convite e espero realizar com vocês, leitores, um pouquinho do que o professor Rogério Costa Rodrigues fez comigo há tempos atrás: despertar, provocar, discutir e acender em seu coração uma paixão vibrante pelo mundo da _sétima arte_.

**Desafio aceito. Até lá**.