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Um olhar humanizado aliado à tecnologia na medicina

A coluna vertebral dá estrutura ao corpo, provém equilíbrio e ajuda na nossa locomoção. Sua importância não se discute, e lesioná-la pode trazer consequências irreversíveis. Então, é passível de compreensão o receio e preocupação que a ideia de uma cirurgia na coluna traz para grande parte das pessoas.

 

Mas esse tempo pode estar ficando pra trás. Quem nos diz é Rodrigo Lima, ortopedista com especialização em cirurgia da coluna, conhecido como um dos profissionais mais bem-sucedidos de Brasília. Ele vê como uma de suas maiores missões enquanto médico mostrar aos pacientes que a cirurgia de coluna pode ser segura e garantir maior qualidade de vida.

 

Entusiasta da tecnologia robótica, Rodrigo trabalha para trazer uma nova cara à cirurgia de coluna no Distrito Federal. Tem visto o sucesso da técnica conquistar até o mais apreensivo dos pacientes: onde antes havia preocupação por operar uma área tão delicada, hoje tem segurança e tranquilidade. A promessa de maior conforto aos que sofrem com dores na coluna lhe alçaram ao posto de um dos cirurgiões mais renomados da cidade na área de cirurgia de coluna.

 

Sempre habituado ao cuidar, Rodrigo atuou como voluntário na Pastoral da Criança na juventude e sentia desde cedo que dedicar sua vida ao bem-estar do próximo era a sua verdadeira vocação. Nascido em uma família com poucas condições, Rodrigo estudou em escola pública e a possibilidade de cursar Medicina parecia algo muito distante. Chegou a fazer um curso de eletrotécnica no segundo grau, passou em um concurso da CEB (hoje Neoenergia) e atuou como servidor público. Cursar Engenharia Elétrica parecia o caminho mais óbvio a seguir, mas não era o que fazia seus olhos brilharem.

 

Largou a estabilidade do serviço público e decidiu que iria atrás do seu sonho. Pediu ao pai que lhe pagasse seis meses de pré-vestibular, mas a dificuldade inicial em lidar com a rotina de longas horas de estudos não lhe trouxe a aprovação tão desejada em um primeiro momento. Persistiu, conseguiu pagar mais um semestre do cursinho e o resultado foi diferente desta vez: passou na Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Goiás (UFG) e na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), que foi a instituição escolhida por ele.

 

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Os resultados o alçaram alçaram ao posto de um dos cirurgiões mais renomados na área de cirurgia de coluna. (Foto: Luara Baggi)

 

O início da faculdade de Medicina permitiu o contato com as mais diversas áreas de atuação, e desde essa época, sua aptidão pela Ortopedia já começava a aparecer, e especial, pela cirurgia de coluna. Após a graduação, fez residência na área no Hospital de Base e também em Belo Horizonte, com o renomado cirurgião Cristiano Menezes. Foram dois anos de estudo na capital mineira, e nesse período ele retornava a cada 15 dias a Brasília para atuar nos hospitais da cidade.

 

Abraçar a Medicina como carreira significa estudo constante, evolução e busca pelo aperfeiçoamento das técnicas ao longo da vida. Essa procura pelo conhecimento o motivou a pegar um avião e passar seis meses como voluntário no Cedars-Sinai em Los Angeles, um dos centros de saúde mais renomados dos Estados Unidos. Essa experiência lhe proporcionou o primeiro contato com a cirurgia neuronavegada, e a paixão pelo método foi instantânea: “Fiquei todo esse tempo estudando sobre tecnologia e técnicas modernas em cirurgia de coluna, já pensando em trazer essa tecnologia para o Brasil”

 

Seu olhar visionário o fez querer essa tecnologia para o Brasil imediatamente, mas ao retornar dos Estados Unidos, percebeu que a aceitação do uso de novas tecnologias em uma cirurgia tão delicada teria desafios a vencer: “Eu percebi que no Brasil as técnicas utilizadas eram muito antigas, e as pessoas tinham maior resistência em enxergar os avanços e benefícios do uso da tecnologia. Mas aos poucos, com muito jeito e de forma cuidadosa, eu conseguia demonstrar a eficiência e praticidade do uso de robôs na cirurgia ortopédica e conquistei o respeito deles”.

 

Pouco após o retorno de Rodrigo ao Brasil, o mundo passou a enfrentar um período turbulento e de grandes desafios na saúde: a pandemia do coronavírus exigiu total dedicação dos médicos, e a conversa sobre novas tecnologias precisou ser adiada. Assim que a chegada da vacina possibilitou uma retomada – ainda que lenta – ao normal, Rodrigo voltou a conversar sobre o assunto da cirurgia robótica e viajou junto ao Grupo Santa para testar o maquinário na Alemanha, e conversar sobre a possibilidade de trazer essa tecnologia para o Brasil. “Apesar de minha primeira experiência com a robótica ter sido no exterior, foi aqui no Brasil que consegui me aperfeiçoar, e eu faço questão de reforçar. Isso facilitou a introdução da tecnologia no país”.

 

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A tecnologia é aliada importante do ortopedista Rodrigo Lima (Foto: Arquivo pessoal)

 

Algum tempo depois, Rodrigo participou da primeira cirurgia robótica da América Latina junto ao Dr. Luciano Ferrer, Dra. Luciana Ferrer e a equipe de Ortopedia do Hospital Santa Lúcia. O feito trouxe nova perspectiva aos pacientes que sofriam com dores incessantes: Se antes era exigido muitas horas de acompanhamento e uma recuperação lenta, agora os operados podiam voltar pra casa em poucas horas. 

 

A precisão na hora de operar reduz o número de microlesões, e também diminui a possibilidade de falhas. Como incentivador do uso da tecnologia, o número de compromissos profissionais de Rodrigo tem aumentado. Foi nomeado presidente da regional de Brasília da Sociedade Brasileira da Coluna, viaja o Brasil todo participando de seminários e de cirurgias com o auxílio do braço robótico, e também tem ensinado estudantes e profissionais mais velhos a usar a técnica.

 

Aos poucos, Rodrigo tem virado referência em cirurgia da coluna no país. Mas apesar do crescente sucesso e da demanda de cirurgias com robótica no país, ele garante que não pensa em largar a capital: “O meu foco ainda é atender e operar aqui em Brasília. Quero oferecer o que há de melhor em cirurgia e tratamento, continuar operando, conciliar meus atendimentos com o estudo acadêmico e devolver um pouco de todo esse aprendizado para a sociedade”.

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