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TSE adia julgamento de Bolsonaro até terça

Ações alegam abuso de poder por parte dos acusados, em decorrência do uso da estrutura públicas
Bolsonaro deve ser transferido para Brasília ainda nesta segunda-feira (6)
Bolsonaro deve ser transferido para Brasília ainda nesta segunda-feira (6). Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou, nesta terça-feira (10), a suspensão do julgamento de ações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu então vice, Walter Braga Netto, até a próxima terça-feira (17). As ações, movidas pelo PDT e pela coligação Brasil Esperança, ligada à campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegam abuso de poder político por parte dos acusados, em decorrência do uso da estrutura pública para fins eleitorais.

O cerne das acusações recai sobre o uso do Palácio do Planalto para a realização de transmissões ao vivo no YouTube com propósitos políticos em benefício próprio Bolsonaro. Além disso, uma das ações aponta o abuso de poder ao usar o Palácio da Alvorada para se reunir com cantores sertanejos na véspera das eleições, com a alegação de que essa reunião tinha motivações eleitorais e foi transmitida pela internet.

Todas as imputações estão sendo avaliadas através de uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije).

Caso ocorra uma segunda condenação à inelegibilidade, isso representaria um novo obstáculo para as ambições políticas de Jair Bolsonaro. A defesa já havia entrado com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a primeira decisão do TSE, que o deixou inelegível por oito anos.

Na terça-feira, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, apresentou o relatório sobre o caso, seguido das sustentações orais dos advogados das partes envolvidas.

A defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Tarcísio Vieira, contestou o julgamento conjunto das ações, afirmando que tal procedimento não é comum. Vieira também rebateu veementemente as acusações de que as transmissões ao vivo eram de natureza eleitoreira. Segundo a defesa, não houve a presença de símbolos eleitorais, bandeiras ou provas que corroborassem a motivação eleitoral nas lives. O advogado argumentou que o presidente Bolsonaro sempre se comunicou com o público por meio de lives e considerou o processo vazio de fundamentos.