O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou nesta terça-feira (4) a retirada do país do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, medida que reforça sua política externa baseada no isolacionismo e na ênfase em interesses nacionais.
O decreto assinado na Casa Branca também estende a suspensão de repasses financeiros para a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), fortalecendo sua aliança com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, com quem se encontra ainda nesta terça.
A retirada do país do Conselho de Direitos Humanos não é inédita. Em seu primeiro mandato, Trump já havia tomado decisão semelhante, posteriormente revertida pelo governo Joe Biden (2021-2025).
Criado em 2006, o órgão com sede em Genebra é composto por 47 países eleitos pelos Estados-membros da ONU e tem como objetivo fortalecer a proteção dos direitos humanos globalmente.
Impacto político e crise em Gaza
Durante o evento de assinatura, Trump reiterou sua proposta de realocação dos palestinos fora de Gaza, medida criticada por organizações humanitárias como uma tentativa de limpeza étnica.
Seu apoio ao governo israelense se intensificou após o anúncio do rompimento total de laços entre Israel e a UNRWA, feito pelo embaixador israelense na ONU, Danny Danon.
A decisão levou ao fechamento do escritório da UNRWA em Jerusalém Oriental, região reivindicada pelos palestinos como capital de um futuro Estado, mas ocupada militarmente por Israel.
O governo israelense considera toda Jerusalém parte de seu território, enquanto o direito internacional a classifica como parte da Cisjordânia.