O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (11) uma ordem executiva que prorroga por mais 90 dias a suspensão das tarifas sobre importações chinesas, horas antes que as taxas chegassem a 145%. A trégua tarifária entre Washington e Pequim expiraria na terça-feira (12) às 04h01, no horário de Brasília.
A decisão foi tomada após dias de incerteza e de negociações discretas. Em maio, EUA e China haviam acertado uma pausa de 90 dias na disputa comercial, renovada às vésperas. As tarifas norte-americanas sobre produtos chineses permanecem em 30%, enquanto Pequim mantém alíquota de 10% sobre importações dos EUA, ambas consideravelmente inferiores dos níveis que vigorariam sem a extensão.
Ex-assessores comerciais de Trump, como Kelly Ann Shaw e Ryan Majerus, destacaram que a prorrogação reduz tensões e dá mais tempo para avançar em temas sensíveis como compras agrícolas, controles de exportação e excesso de capacidade industrial. Shaw lembrou que o estilo de negociação de Trump costuma levar decisões ao limite do prazo, enquanto Majerus afirmou que o objetivo é alcançar um acordo-quadro até o outono no hemisfério norte.
“Tenho certeza de que os compromissos de investimento serão considerados em qualquer possível acordo, e a extensão lhes dará mais tempo para tentar resolver algumas das preocupações comerciais de longa data”, disse Ryan.
Apesar do alívio temporário, Washington pressiona Pequim por novas concessões, incluindo quadruplicar a compra de soja americana e o fim da importação de petróleo russo. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse estar “otimista” com a possibilidade de fechar um acordo amplo.