O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é a “única saída” para o ex-presidente Jair Bolsonaro em seu julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, que será no dia 2 de setembro, no Supremo Tribunal Federal (STF). O cacique ainda disse que Bolsonaro está “passando por uma situação muito ruim” e sua maior preocupação é a saúde do ex-mandatário do País
“Falo isso bem antes da eleição do Trump. Se o Trump não ganhar a eleição nos Estados Unidos, nós estamos mortos. E parecia que ele não ia ganhar. Ganhou. O Trump é a única saída que nós temos. Não temos outra”, disse Valdemar no evento empresarial Esfera Brasil em São Paulo.
O líder do partido também protestou o apoio ao ministro Alexandre de Moraes, do STF: “Quando o Poder Judiciário se comporta dessa maneira, é a pior coisa que existe para todo o País. Por quê? Porque você não tem para quem recorrer. Esse é o nosso problema. Todos estão apoiando o Alexandre de Moraes. A maioria”.
Valdemar elogiou a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA, mas retirou sua responsabilidade sobre as atitudes do parlamentar. “O Eduardo faz todas as coisas por conta própria. Ele não consulta o partido. Não estou me lamentando por isso. Não tem problema nenhum. Ele está ajudando. Faz a parte dele e faz o que ele devia fazer, que é defender o pai dele”, continuou Valdemar.
“Quando acontece alguma coisa, como aconteceu com o irmão, com o (vereador) Carlos, que fez uma crítica para os governadores, é a situação. O ‘camarada’ perde o controle de ver a situação que o pai está”, disse.
Julgamento de Bolsonaro
O STF inicia no próximo dia 2 de setembro o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus pelo suposto envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após derrota nas urnas, em 2022. A ação penal foi marcada para começar às 9h e terá oito sessões, sendo seis delas extraordinárias. As oitavas devem ocorrer nos dias 2 (manhã e tarde), 3, 9, 10 e 12 de setembro.
A primeira etapa do julgamento será conduzida pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, que fará a leitura do relatório reunindo as provas produzidas ao longo do processo. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ou um representante da acusação, fará a sustentação oral. A defesa dos réus virá na sequência, começando pelo tenente-coronel Mauro Cid, que é delator no caso, e seguindo em ordem alfabética.
Se condenado, Bolsonaro, considerado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como “principal articulador da tentativa de golpe de Estado”, pode receber pena de 43 anos de prisão.