O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “deve estar muito mal informado” ao alegar prejuízos econômicos nas trocas comerciais com o Brasil. Lula reiterou o histórico das relações comerciais entre os países e que não tomará medidas preciptadas em resposta às tarifas anunciadas por Washington. As declarações foram feitas durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Na ocasião, o titular do Palácio do Planalto defendeu levar o embate à Organização Mundial do Comércio (OMC). Para o petista, há motivações políticas na iniciativa dos governo norte-americano.
Lula voltou a dizer que o País não irá aceitar interferências externas em assuntos internos e destacou que suas decisões não serão tomadas sob pressão ou em momentos de tensão.
“Não tomo decisão com 39º graus de febre”, argumentou o presidente brasileiro.
Ainda durante a entrevista, o petista mencionou o Brics como um possível fator relacionado à reação norte-americana.
A previsão, segundo Lula, é reunir-se nos próximos dias com empresários brasileiros para entender o impacto das novas tarifas sobre os setores produtivos. Ele quer contar com eventual apoio do setor privado em meio ao cenário atual.
Reação do Congresso Nacional
Também nesta quinta-feira, os presidentes do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgaram uma nota conjunta em resposta à decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
No comunicado, os parlamentares defenderam uma abordagem baseada no diálogo diplomático e comercial, mas destacaram que o Brasil dispõe de instrumentos legais para proteger sua economia. Entre eles, citaram a recém-aprovada Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o país a adotar medidas semelhantes contra nações que implementem barreiras comerciais unilaterais.
Alcolumbre e Motta afirmaram que o Congresso Nacional acompanhará de perto os desdobramentos do caso.