Washington D.C. – Poucas horas após assumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump cumpriu uma de suas promessas de campanha, desativando, nesta segunda-feira (20), o aplicativo CBP One, que permitia que migrantes agendassem consultas em portos de entrada da fronteira sudoeste nos Estados Unidos.
O sistema, responsável por facilitar a entrada legal de quase um milhão de pessoas com permissão de trabalho, foi oficialmente desativado, com todas as consultas pré-agendadas canceladas, conforme informado no site da Customs and Border Protection (CBP).
A medida integra uma série de ações anunciadas por Trump em sua posse, onde também reafirmou sua intenção de retomar o controle do Canal do Panamá, atualmente administrado pelo governo panamenho.
“Navios americanos estão sendo severamente sobrecarregados e não estão sendo tratados de forma justa de nenhuma maneira, forma ou formato. E isso inclui a Marinha dos Estados Unidos e, acima de tudo, a China, que está operando o Canal do Panamá, e não o demos à China. Demos ao Panamá e estamos tomando de volta”, declarou Trump durante seu discurso de posse.
Reação do governo panamenho
A resposta do governo panamenho veio rapidamente. O presidente José Raúl Mulino emitiu um comunicado firme, rechaçando as declarações de Trump.
“Em nome da República do Panamá e seu povo, devo rechaçar de maneira integral as palavras esboçadas pelo presidente Donald Trump relativas ao Panamá e seu Canal, no seu discurso inaugural”, afirmou Mulino. Ele reiterou que “o Canal é e seguirá sendo do Panamá, e sua administração seguirá sob o controle panamenho com respeito a sua neutralidade permanente.”
O Canal do Panamá, um ponto estratégico no comércio internacional, foi administrado pelos Estados Unidos até 1999, quando o controle foi totalmente transferido para o Panamá, após a assinatura do tratado Torrijos-Carter em 1977.
Desde então, a administração do canal tem sido conduzida por uma agência governamental panamenha.