O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira (29) a intenção de determinar que o Pentágono utilize a prisão militar da Baía de Guantánamo, em Cuba, para deter imigrantes ilegais considerados criminosos.
Conhecido mundialmente por abrigar suspeitos de terrorismo desde os atentados de 11 de setembro de 2001, o local poderia passar a ser usado para a detenção de estrangeiros em situação irregular nos EUA, uma das principais bandeiras do republicano.
A declaração foi feita enquanto Trump assinava a Lei Laken Riley, que endurece regras de detenção e deportação de imigrantes acusados de roubo e outros crimes violentos.
Segundo o presidente, o novo plano faz parte de um esforço mais amplo para garantir a segurança do povo americano.
“Temos 30 mil leitos em Guantánamo para deter os piores criminosos ilegais que ameaçam o povo americano”, disse Trump. “Alguns deles são tão ruins que nem confiamos nos países para mantê-los porque não queremos que eles voltem, então vamos mandá-los para Guantánamo”, emendou.
Antes do anúncio oficial, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, já havia mencionado que a administração Trump estudava utilizar a instalação prisional para este propósito.
Controvérsias
Criada em 2002, a prisão da Baía de Guantánamo é alvo de frequentes críticas e denúncias de organizações internacionais de direitos humanos. O local abrigou por décadas indivíduos apontados como terroristas sem que houvesse julgamento formal ou mandados de prisão.
Entidades que monitoram as condições da instalação relatam situações precárias e violação de direitos, incluindo detenções prolongadas sem direito à defesa.
Durante os mandatos de Barack Obama e Joe Biden, houve promessas de fechamento da prisão, mas nenhuma delas foi cumprida. O governo Biden chegou a utilizar uma seção da instalação para processar alguns solicitantes de asilo, mas evitou ampliar o uso da unidade.