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Transplante em criança com síndrome grave é realizado com sucesso no DF

Paciente do HCB, Criança reage bem ao procedimento feito aos três meses de vida após diagnóstico precoce
Miguel já recebeu alta e, até ser apto a tomar vacinas, permanecerá em isolamento em casa. Foto: Divulgação/HCB
Miguel já recebeu alta e, até ser apto a tomar vacinas, permanecerá em isolamento em casa. Foto: Divulgação/HCB

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O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) comemorou esta semana o sucesso do primeiro transplante de medula óssea do Distrito Federal em uma criança diagnosticada com a síndrome da imunodeficiência combinada grave (Scid, na sigla em inglês) durante a triagem neonatal. Após receber o resultado do teste do pezinho, a equipe médica do HCB realizou em novembro o transplante de medula em Miguel de Sousa, com apenas três meses de idade. Este mês, foi confirmada a aceitação do organismo ao tratamento, para a felicidade dos pais Nara Rodrigues e Francisco Sousa.

Durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (20), a equipe médica envolvida na cirurgia e a secretária de saúde, Lucilene Florêncio, celebraram mais uma conquista do Sistema Único de Saúde (SUS). “É um momento de muito conforto, alegria e celebração ao podermos ver a capacidade da saúde pública do DF em diagnosticar uma doença grave e letal e, em apenas 90 dias, realizar com sucesso o transplante em uma criança, agora integrada à família”, ressaltou.

Miguel nasceu em agosto no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e passou pelo teste do pezinho. O material foi analisado pelo Hospital de Apoio de Brasília, que detectou a doença e logo informou o HCB. A médica responsável técnica de imunologia do Hospital da Criança, Fabíola Scancetti, ressaltou a importância do diagnóstico precoce. “A triagem neonatal é fundamental para distinguir entre aquele que possui uma doença grave e fatal e aquele que não tem. Se conseguirmos realizar o transplante desse indivíduo antes dos três meses, a chance de cura é enorme”, explica.

O paciente chegou ao HCB com um mês de vida para começar o tratamento e, enquanto a equipe médica fazia os testes de compatibilidade, outras medidas foram tomadas no pré-transplante, como explica a pediatra oncohematologista da unidade, Paula Tacla. “Começamos o tratamento com antibiótico, antifúngico e antiviral, mesmo antes de ele ser submetido ao transplante”. O procedimento ocorreu em novembro, tendo o pai como doador da medula. “Hoje, o Miguel não produz mais células deficientes, mas sim uma imunidade proveniente do pai, completamente eficaz e capaz de trazer segurança”, afirma a pediatra.

O pequeno já recebeu alta e, até ser apto a tomar vacinas, permanecerá em isolamento em casa. O HCB continuará acompanhando Miguel ambulatorialmente por um ano e fornecerá assistência integral pela equipe de imunologia.

Teste do Pezinho

A síndrome da imunodeficiência combinada grave foi incluída na triagem neonatal em 2023, quando o exame passou por ampliação – além da Scid, mais de 50 outras doenças são detectadas pelo teste. Miguel foi o primeiro bebê com a síndrome a receber o diagnóstico pela triagem. “São várias as condições identificadas na triagem neonatal que, felizmente, colocam o DF como líder, com 52 condições triadas. Dispomos de uma estrutura preparada para dar seguimento no diagnóstico confirmatório das diferentes situações”, ressaltou a superintendente executiva do HCB, Valdenize Tiziani.

A atuação rápida no atendimento ao menino ressalta o trabalho da Rede Pública de Saúde do DF. Feito integralmente pelo SUS, o resultado do teste do pezinho logo foi encaminhado ao HCB – referência pública para o tratamento nesse caso. “Poder proporcionar uma medicina de primeiro mundo é maravilhoso. Aqui, somos privilegiados por contar com uma equipe de transplante já consolidada no HCB, que se destaca pela sua qualidade excepcional”, completou a coordenadora de imunologia e alergia, Cláudia Valente.

*Com informações do HCB

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