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Transição: líder de Bolsonaro na Câmara defende redução do tempo da PEC

Ricardo Barros quer que ampliação do teto tenha validade de apenas um ano. Deputado também afirmou que parlamentares devem resistir a mudanças no chamado "orçamento secreto"

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O **líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR)**, avaliou nesta quarta-feira, 07, que a Casa deve promover alterações no texto da PEC da Transição, a depender do conteúdo que será aprovado no plenário do Senado.

Endossando a posição dos oposicionistas ao novo governo, **Barros citou a necessidade de reduzir o prazo estipulado na PEC de dois para um ano**. O texto aprovado na terça, 6, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) tem um impacto fiscal total de R$ 168 bilhões – sendo R$ 145 bilhões em ampliação do teto de gastos por dois anos. “_Câmara tem de mais assegurar por um ano essa PEC_”, disse.

“_Temos disposição de votar, Bolsonaro também prometeu R$ 600 na campanha. R$ 80 bilhões já tínhamos disposição, mas transição pediu muito mais_”, afirmou Barros durante o 95º Encontro Nacional da Indústria da Construção, promovido pela Cbic. Para ele, apesar de o número ter sido reduzido em relação a **proposta original**, o relatório de Alexandre Silveira (PSD-MG) acrescentou exceções para o teto que na prática retomam o impacto fiscal inicial.

“_Sim, nossa expectativa é que a PEC seja alterada (na câmara). No senado houve pressão para reduzir valor, o senador Alexandre Silveira, que deve ser ministro indicado pelo PSD, retirou R$ 30 bilhões e colocou de novo_”, apontou Barros, segundo quem a expectativa é de que o texto seja votado na Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira. “_Vamos ver o texto que sai do Senado_”.

Também presente no evento, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) defendeu também que o **novo governo** apresente desde já uma garantia de que uma nova âncora fiscal será adotada Sem compromisso com a responsabilidade fiscal, a PEC não passa na Câmara, avaliou. Segundo ele, o tema foi discutido em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) ainda nesta manhã.

“_Estava em conversa com presidente Lira, o que é importante para nós é que venha certeza de que haverá âncora fiscal, tem que dar sinal de compromisso fiscal para o futuro sem o compromisso fiscal não passa na Câmara isso_”, disse.

**Orçamento secreto**

Ricardo Barros também reforçou que o Congresso irá encontrar uma “_maneira de resolver_” e manter o “_empoderamento_” do Parlamento em relação ao orçamento **caso o Supremo Tribunal Federal (STF) derrube o chamado orçamento secreto**, composto pelas emendas de relator.

>”O empoderamento do parlamento em relação a execução orçamentária, na minha opinião, vai continuar. Se a ministra Rosa Weber vai ser a favor ou contra a RP-9 (emenda de relator), se ela der contra, o parlamento vai encontrar outra maneira de resolver. Mas não vai ficar subordinado exclusivamente à vontade do governo, dos ministros, de executar aquilo que é indicado pelos parlamentares”, disse Barros durante o 95º Encontro Nacional da Indústria da Construção, promovido pela Cbic.

No evento, onde **representantes da Construção pedem que o orçamento dê maior foco a obras estruturantes**, Barros defendeu que não se coloque “_defeitos_” na destinação de recursos a “_varejo_”, em referência a empreendimentos menores, pedidos por municípios, fortemente bancados pelas verbas do orçamento secreto. Segundo ele, é esse tipo de política que “_dá eleição_”. “_Eu sou municipalista, eu vivo desse tipo de fazer política. Quando o prefeito pede obra, ele pede o que é o mais importante de fazer para a cidade naquele momento_”, disse.