GPS Brasília comscore

Torres nega interferência na PRF durante o segundo turno das eleições

Em depoimento à Polícia Federal, ex-ministro da Justiça afirma que operações respeitaram diretrizes de "combate ao crime eleitoral"

Compartilhe:

Em depoimento à Policia Federal nesta segunda-feira (8), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres afirmou que sua “única preocupação em meio às eleições 2022 era o combate à crimes eleitorais, independentemente de candidato ou partido“. O aliado do ex-presidente alega que “jamais interferiu nos planejamentos operacionais” da Polícia Rodoviária Federal quanto a blitzes e abordagens do segundo turno das eleições.

 

O ex-ministro foi ouvido sobre a atuação da PRF nas eleições 2022, em especial no segundo turno, quando Lula foi eleito para seu terceiro mandato presidencial.

 

A defesa de Torres afirmou que o depoimento ocorreu “dentro da normalidade“. Segundo os advogados, o ex-ministro “abriu mão” do direito a ficar em silêncio, tendo respondido todas as perguntas feitas pelos investigadores durante a oitiva na sede da Polícia Federal em Brasília.

 

O depoimento foi colhido após um adiamento em razão do estado de saúde de Torres. A oitiva foi reagendada após o Governo do Distrito Federal descartar transferir Torres para o hospital penitenciário.

 

Trata-se do terceiro depoimento prestado pelo ex-ministro da Justiça. No primeiro, ele falou sobre as acusações de “omissão” ante os atos golpistas. Depois, perante ao Tribunal Superior Eleitoral, depôs sobre a “minuta do golpe” – documento apreendido pela Polícia Federal em um armário da residência de Torres, em Brasília.

 

Torres foi instado a depor sobre o caso no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, manteve sua prisão por suposta conivência com os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Na ocasião, o magistrado apontou “fortes indícios” da ligação de Torres com “minuta do golpe” e com fiscalizações em massa da PRF no segundo turno. Alexandre classificou as blitz, especialmente em rodovias do Nordeste como “operação golpista para tentar subverter a legítima participação popular“.

 

No mesmo dia, o Ministério da Justiça divulgou o número de operações feitas pela PRF nas eleições 2022, mostrando que a corporação fiscalizou, entre os dias 28 e 30 de outubro, 2.185 ônibus em estradas do Nordeste – mais que o dobro das ações de mesmo teor registradas no centro-oeste (893), quatro vezes mais que o número de blitz efetuadas no Sudeste e sete vezes mais do que no Norte do País.