Débora Oliveira Delicada, versátil e carregada de nostalgia, a tornozeleira feminina retorna com força ao cenário fashion. Depois de anos em segundo plano, o acessório se firma como protagonista das produções de verão e vai muito além da praia, podendo elevar pode um look urbano, sofisticar uma rasteira básica ou até dar um ar hi-lo quando usada com tênis esportivo.
“Acredito que a gente esteja vivendo uma era de nostalgia, é só olhar programas de TV, música, roupas, tudo remetendo aos anos 2000. Estamos também na era da praticidade… as tornozeleiras não têm regra: ficam bem com tênis, sandálias, mules, saltos ou até com os pés descalços”, comenta a consultora de imagem e personal stylist Karen Vellasco, em conversa com o GPS|Brasília.
No Brasil, o clima tropical ajuda na popularização do acessório. “A maior parte do país permite usar sandálias, rasteirinhas e pés à mostra quase o ano todo, valorizando a peça. Ela é democrática, podendo transitar do litoral à cidade grande, do look casual ao mais elegante”, explica. As tornozeleiras também podem ser utilizadas de duas formas. No corpo, resgatam a ideia artesanal e palpável; no sapato, ganham uma releitura moderna e até sofisticada.
A escolha do calçado, no entanto, faz diferença. “Como ela é o ponto focal, os sapatos precisam ser abertos como sandálias, mules ou rasteiras, de cano baixo para não ocupar muito espaço e deixar a tornozeleira brilhar”, sugere Karen. Para quem busca peças curingas, as correntes finas em prata ou ouro são as mais versáteis. “Têm uma estética clássica, elegante e discreta; funcionam do jeans à produção de trabalho”.
E se engana quem pensa que tornozeleira só combina com looks casuais. Segundo a stylist, o acessório pode aparecer em ocasiões mais formais, desde que usado com moderação. “Se não houver um dress code rígido, pode sim. Em eventos formais indico correntes finas e sutis, que não chamem muita atenção. Já para o casual, você pode ousar, não tem muita regra”.
Para quem tem dúvida sobre proporções, Karen faz um alerta. “Toda linha horizontal cria pausas na silhueta, podendo achatar. Modelos mais altos no tornozelo encurtam a perna, enquanto os mais baixinhos alongam. E claro, a espessura também importa: peças finas e delicadas trazem leveza; já as grossas criam peso visual, ótimo para equilibrar looks mais marcantes”.
Na hora de compor, a harmonia é palavra-chave. “Repetir elementos de estilo ajuda: correntes finas com correntes finas, peças grossas com peças grossas. Assim o visual não pesa”, ensina. E para os receosos, a dica é começar aos poucos. “Escolha correntes discretas em dourado ou prata, sem pingentes grandes. Depois vá ousando, é como carga na academia: subindo aos poucos”.
Seja com pérolas, correntes finas ou estilos mais ousados, a tornozeleira é um detalhe capaz de transformar qualquer produção, desde o básico sofisticado até combinações mais modernas. Mas, para não errar, Karen da a dica. “O segredo está em equilíbrio e intenção. Não adianta só colocar e sair usando, é preciso sustentar o look e transmitir o que você realmente quer com ele”.
Mas será que a febre das tornozeleiras em sapatos veio para ficar? Para Karen, essa é uma moda passageira. “Ela tem uma estética mais boho, jovial demais, dificilmente se adapta para uma massa muito grande. Além disso, pode ser incômoda em ambientes mais frios, já que acaba escondida no look”.
