O empresário Thiago Brennand desembarcou algemado no Aeroporto de Guarulhos (Grande São Paulo), na tarde deste sábado (29), acompanhado de agentes da Polícia Federal. Ele é acusado de diversos crimes contra mulheres e estava foragido nos Emirados Árabes Unidos, tendo sido extraditado após tratativas com o governo brasileiro. O ministro da Justiça, Flávio Dino, comemorou a extradição, qualificando o empresário como “notório agressor de mulheres”.
Brennand foi escoltado diretamente para a superintendência da PF na Zona Oeste de São Paulo, onde passar noite. Pesam contra o empresário, que é herdeiro de uma família rica de Pernambuco, cinco mandados de prisão preventiva por crimes de estupro, cárcere privado, lesão corporal e ameaça em ao menos oito ações na Justiça de São Paulo. Segundo o chefe da Interpol em São Paulo, Ricardo Sancovich, pela manhã ele deve ser submetido a exame de corpo de delito e audiência de custódia, antes de ser encaminhado a um centro de detenção provisória.
Três advogados de Recife chegaram para acompanhar o empresário, além de Eduardo Cesar Leite, que já está à frente dos processos criminais de São Paulo. Além disso, um perito e um membro de consulado aguardam o empresário no local. Os advogados não quiserem dar entrevista e devem acompanhar os primeiros momentos de Brennand em solo brasileiro.
Os casos envolvendo Thiago Brennand ganharam notoriedade após a divulgação de imagens da câmera de segurança de uma academia em São Paulo em que ele é flagrado agredindo uma modelo. Em decorrência deste episódio, a Justiça paulista determinou a prisão dele. Ele chegou a ser preso em outubro, em Abu Dhabi, mas acabou solto após pagar fiança. Depois de tratativas do governo brasileiro, os Emirados Árabes Unidos concordaram em extraditar o empresário, após ele ter sido incluído na difusão vermelha da Interpol.
Brennand foi preso novamente em 17 de abril, após serviços de inteligência do país do Oriente Médio identificarem um plano em que ele pretendia fugir para a Rússia. Uma equipe composta por um delegado e dois agentes da PF foram aos Emirados Árabes Unidos para trazer o brasileiro. Um escrivão treinado em artes marciais também foi mobilizado, diante do histórico violento do preso.
Tatuagem à força e estupros
O caso ganhou repercussão depois que a modelo Helena Gomes veio a público denunciá-lo. Brennand foi flagrado por câmeras de segurança agredindo-a dentro de uma academia em São Paulo em agosto do ano passado. Depois da denúncia, outras mulheres se sentiram encorajadas a denunciar o empresário. Há relatos de ameaças, agressões físicas e verbais e estupro. Uma das vítimas foi tatuada à força com o sobrenome do empresário.
A defesa de Brennand pleiteia na Justiça a revogação da prisão preventiva do empresário, alegando que ele pretende colaborar com as investigações. Além das agressões e estupros, ele deve responder por crimes como cárcere privado e lesão corporal. Ele alega inocência e se diz perseguido. (Agências Brasil e Estado)