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Terapias são alternativas eficazes para tratar questões da saúde íntima feminina

Problemas como frouxidão vaginal e incontinência urinária são resolvidos com fisioterapia

Apesar dos avanços da ciência, a saúde íntima feminina ainda é um mundo repleto de tabus. Para além de doenças, como o câncer, infecções e inflamações, muitos outros problemas podem surgir, por isso é preciso ter cuidados e estar munida de informações sobre o assunto e seus tratamentos.

Duas pesquisas recentes do Ambulatório de Uroginecologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), da Unicamp, se debruçaram a investigar os aspectos de doenças do trato genital e urinário feminino. As pesquisas focaram na frouxidão vaginal e na incontinência urinária de esforço (IUE), que podem provocar impactos significativos na autoestima, na vida sexual e nas relações sociais e afetivas de mulheres, e constataram que, na maioria dos casos, terapias são mais eficazes que cirurgias. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% das mulheres apresentam algum grau da IUE, que atinge principalmente as que têm mais de 50 anos. Já a frouxidão vaginal, costuma ter um diagnóstico mais complexo, pela percepção da mulher ou do seu parceiro de que a vagina não está se contraindo. O estudo foca em comparar resultados de terapias não invasivas com cirurgias. Uma delas é a radiofrequência, disponível no SUS, além do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP), que envolve a fisioterapia.

A fisioterapia pélvica tem se consolidado como uma abordagem eficaz e menos invasiva para o tratamento de disfunções do assoalho pélvico, porque é uma alternativa segura e menos invasiva para tratar disfunções, oferecendo benefícios não só em termos de resultados imediatos, mas também na prevenção de futuros problemas.

Segundo a fisioterapeuta Fernanda Guimarães, com o avanço das pesquisas e a introdução de tecnologias inovadoras, como o biofeedback, os tratamentos tornam-se cada vez mais personalizados e eficazes.

A fisioterapia pélvica deve ser a primeira opção de tratamento para disfunções do assoalho pélvico, como incontinência urinária, prolapsos e dor pélvica. “A fisioterapia pélvica é uma abordagem menos invasiva e eficaz que visa melhorar a função da musculatura do assoalho pélvico”, explica Fernanda. Mesmo em casos onde a cirurgia é indicada, o acompanhamento fisioterapêutico pré e pós-operatório se torna essencial para otimizar e manter os resultados da intervenção cirúrgica.

Outro problema comum é a frouxidão vaginal, que, de acordo com a fisioterapeuta Ailla Siqueira, significa a perda da firmeza dos músculos vaginais. “Isso pode gerar uma sensação de alargamento da vagina”, explica.

As causas desse enfraquecimento podem ser várias, como o envelhecimento, múltiplos partos vaginais, obesidade e alterações hormonais. A fisioterapia pélvica também pode ser uma solução eficaz para o fortalecimento da musculatura vaginal, proporcionando mais firmeza e conforto.

Queixas mais comuns

Em relação ao tratamento cirúrgico, a fisioterapia pélvica oferece diversas vantagens. “Por ser um tratamento não invasivo e indolor, ela também está intimamente ligada ao ganho de qualidade de vida das pacientes”, afirma Fernanda. Ao trabalhar a conscientização e a reabilitação da musculatura do assoalho pélvico, a fisioterapia ajuda não apenas a resolver as queixas, mas também previne novas complicações.

O principal benefício da fisioterapia pélvica, segundo Fernanda, é a conscientização do corpo. “Muitas mulheres não sabem como contrair corretamente os músculos do assoalho pélvico, e cerca de 40 a 60% delas sequer têm consciência da importância desse treinamento”, revela. Dessa forma, o tratamento fisioterapêutico vai além da reabilitação, proporcionando a pacientes o conhecimento necessário para prevenir problemas a longo prazo.

Ailla Siqueira compartilha algumas das queixas mais comuns que chegam à clínica. “A incontinência urinária é uma das queixas mais frequentes, especialmente em situações de tosse, espirro ou levantamento de peso”, explica. Muitas mulheres que desejam melhorar a qualidade de vida antes, durante e após a gestação também procuram a fisioterapia pélvica, buscando evitar perdas urinárias e ter um parto mais seguro. Além disso, a fisioterapia pélvica também ajuda a tratar disfunções relacionadas à sexualidade, como a dor durante a relação sexual.

Ailla ainda ressalta a importância do tratamento precoce para evitar que esses problemas impactem significativamente a vida das mulheres. “A fisioterapia pélvica atua de forma preventiva e terapêutica, proporcionando uma vida sexual mais saudável e confortável, além de um pós-parto mais leve e seguro”, destaca.

Avanços na área

A fisioterapia pélvica tem evoluído rapidamente nos últimos anos, graças às pesquisas científicas e ao desenvolvimento de novas tecnologias. Fernanda destaca a importância do embasamento científico que está cada vez mais integrado aos protocolos, técnicas e recursos utilizados nos tratamentos.

O biofeedback eletromiográfico da Miotec é um dos recursos mais eficazes, permitindo que as pacientes visualizem em tempo real a contração e relaxamento da musculatura do assoalho pélvico. “Esse recurso torna o treinamento mais lúdico e facilita a percepção do que está sendo trabalhado durante as sessões”, explica Fernanda. A avaliação física minuciosa de cada paciente é essencial para escolher as melhores abordagens e tecnologias, o que garante um tratamento personalizado e eficaz.

A fisioterapeuta também ressalta a importância da colaboração com outros profissionais de saúde, por isso é mantido constante contato com ginecologistas, obstetras, urologistas e outros especialistas relacionados com a área.

Apesar de todos os benefícios, Ailla Siqueira observa que a fisioterapia pélvica ainda não é amplamente reconhecida ou procurada pelas mulheres. “Infelizmente, ainda é uma área pouco conhecida, e a busca por esse tratamento é limitada”, lamenta. Fatores como a falta de informação, tabus e o acesso restrito a esse tipo de cuidado contribuem para essa realidade. No entanto, com a crescente conscientização sobre a importância da saúde íntima feminina, espera-se que mais mulheres se sintam motivadas a buscar a fisioterapia pélvica como uma solução eficaz e preventiva.

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