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Telegram acata ordem de Moraes e se retrata sobre PL das Fake News

Plataforma digital foi acusada de propagar desinformação sobre o projeto que visa regular as redes sociais

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O Telegram acatou, nesta quarta-feira (10), uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e decidiu se retratar sobre uma mensagem com críticas ao PL das Fake News.  

 

O magistrado determinou que a plataforma exclua imediatamente mensagem disparada na plataforma com “flagrante e ilícita desinformação” sobre a proposta que visa regular as redes sociais.

“Recebemos uma ordem no Supremo Tribunal Federal do Brasil que obriga o Telegram a remover nossa mensagem anterior sobre o PL 2.632/20 e enviar uma nova mensagem aos usuários que está incluído abaixo”, iniciou.

 

Leia a mensagem:

 

Reprodução / Telegram

 

Despacho

Segundo o despacho, a empresa terá de enviar a seus usuários texto reconhecendo que a mensagem anterior “fraudulentamente distorceu a discussão” sobre a regulação das redes sociais, em uma “tentativa de induzir e instigar os usuários à coagir parlamentares”.

 

As determinações devem ser acatadas em até uma hora, sob pena de suspensão temporária do aplicativo, em todo País, e aplicação de multa horário de R$ 500 mil. Além disso, o ministro determinou que a Polícia Federal tome depoimento dos representantes da plataforma do País, para que esclareçam os responsáveis pelo disparo do texto com “desinformação”.

 

O ponto crucial da decisão de Alexandre é a mensagem disparada pelo Telegram nesta terça-feira, 9. “A democracia está sob ataque no Brasil”, diz o texto. Para o ministro, o envio da mensagem configura “utilização de mecanismos ilegais e imorais” por parte da plataforma.

 

A conduta do Telegram configura, em tese, não só abuso de poder econômico às vésperas da votação do Projeto de Lei, por tentar impactar de maneira ilegal e imoral a opinião pública e o voto dos parlamentares – mas também flagrante induzimento e instigação à manutenção de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais investigadas, com agravamento dos riscos à segurança dos parlamentares, dos membros do Supremo Tribunal Federal e do próprio Estado Democrático de Direito, cuja proteção é a causa da instauração do inquérito das fake news”, ressaltou o ministro.

 

No documento, o ministro voltou a ressaltar que redes sociais não são “terra de ninguém”, ressaltando que as plataformas “devem absoluto respeito à Constituição Federal, à lei e à Jurisdição”.

 

“É urgente, razoável e necessária a definição – Legislativa e/ou Judicial -, dos termos e limites da responsabilidade solidária civil e administrativa das empresas; bem como de eventual responsabilidade penal dos responsáveis por sua administração”, apontou.

 

Alexandre ainda anotou que o Telegram é “reincidente em práticas que permitem a proliferação criminosa de mensagens fraudulentas”, lembrando da decisão que suspendeu o aplicativo, em março de 2022, por descumprimento de ordem judicial.

 

A conduta da plataforma, de disparar a mensagem com “desinformação” sobre o PL das Fake News foi “mais grave”, segundo o ministro, uma vez que foi a empresa que produziu e veiculou a “mensagem fraudulenta”. Nessa linha, Alexandre considerou “absolutamente necessária a imediata cessação de gravíssima lesão ao Estado Democrático de Direito e sua reparação”.

 

A decisão foi divulgada horas após o ministro, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmar que as “big techs se sentem acima da lei”.