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Tecnologias para automação ganham destaque na CasaCor

Inovações trouxeram soluções voltadas para humanização dos espaços
Fotos: Ailane Silva

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Pensar em automação de ambientes para torná-los acessíveis para quem precisa, ou até mesmo, aplicar tecnologias que despertam emoções e transmitam bem-estar são conceitos aplicados em diversos projetos arquitetônicos da 31ª edição da CasaCor 2023, instalada no Arena BRB Mané Garrincha.  Assim, fazendo jus ao tema escolhido para este ano, Corpo & Morada, inúmeras experiências trazem ao público mais do que a comodidade de operar de forma tecnológica um sistema de iluminação e som, por exemplo, mas ideias que trazem recursos pensando na humanização.

Um deles está localizado em um ponto estratégico da mostra arquitetônica, próximo ao hall dos elevadores, local de passagem para que os visitantes transitem entre os dois pavimentos da CasaCor. Trata-se de uma automatização para despertar os sentidos do público no Epicentro GPS, projetado em homenagem ao portal GPS Brasília. O espaço emite sons de batimentos cardíacos, que podem ser ouvidos até mesmo de dentro dos elevadores e ficam mais intensos à medida em que a pessoa se aproxima do local.

Foto: Pedro Pontes

Assim como as notícias não param 24 horas por dia, a pulsação do coração é programada para operar numa frequência pré-estabelecida, às vezes, mais rapidamente ou devagar. “A automação foi feita para sincronizar a reprodução do som de batidas do coração com a iluminação LED que aplicamos no Epicentro GPS. Como o tema é Corpo & Morada, queríamos um ambiente vivo e vibrante, então, trouxemos essa ideia para a literalidade, inclusive, o espaço acabou ficando conhecido pelo público como ambiente do coração”, explicou o arquiteto Luciano Pena, do escritório Três Arquitetura, que idealizou o projeto com o sócio Vinicius Alano.

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Luciano explicou que, além da visão e audição, eles quiseram despertar o tato das pessoas por intermédio da textura do tecido dos sofás e cortinas, bem como o olfato, com uma identidade olfativa que transmite cheiro de frescor e sofisticação. O espaço do Epicentro foi pensado para produção de conteúdo, ou seja, realização de entrevistas e encontro de pessoas. Por isso, possui um sistema de ar-condicionado bem estruturado para que todos se sintam confortáveis no espaço, que funciona como um lounge.

“Para combinar com a vibrante e viva automatização, também optamos por cores como rosa e verde. Além disso, escolhemos tapete com design que faz referência ao Epicentro. O sofá em ilha com encosto solto permite várias configurações de cenários para as entrevistas, já que os assentos podem ser ajustados para ficarem retos ou formarem um L, ou até mesmo criar uma chaise. Ele também é super confortável para pessoas de várias estaturas”, completou. 

Daniel Braga Ramos, sócio da empresa Automatize, em Brasília, que colocou em prática a ideia de reproduzir os sons do coração em sincronia com o LED, explica que toda a expertise da empresa contribuiu para elaborar o sistema automatizado com êxito. “Quanto mais batimentos, maior é a intensidade da luz vermelha, que também pisca em compasso com o coração”, disse, ao citar que o sistema trata-se de um software que trabalha em conjunto com os LEDs e os alto falantes embutidos.

Outro ambiente que chama a atenção é o Espaço Composição, da arquiteta Daiana Pontes, que mistura muita modernidade, música e acessibilidade. Inspirado no renomado pianista João Carlos Martins, que teve a locomoção e movimentos reduzidos em razão de uma doença neurológica, os 100 metros quadrados garantem muita  facilidade com a automação que usa WiFi e Bluetooth. Usando apenas comandos de voz, é possível não só ligar e apagar luzes, mas abrir e fechar gavetas do mobiliário da cozinha goumert e ajustar a cortina, tudo pensado para facilitar a realização de atividades corriqueiras. Além de uma arquitetura inclusiva, a beleza de um piano em meio ao ambiente traz elegância.

Já o Túnel do Tempo, de Renata Ciccarini, conta com um sistema de som voltado para despertar aquela sede pela Coca-Cola, produto que inspirou o ambiente. O projeto de 120m² de Renata Ciccarini começa com ambiente all black numa atmosfera vintage com móveis de design da décadas de 50 e 60, em que o ponto central da sala é uma TV de tubo passando propagandas antigas da marca. No entanto, o sistema de som é de última geração controlável por um tablet. O público pode experimentar uma viagem no tempo.

Para quem gosta de inovação, o Louge Soul Brasília, da arquitera Flávia Nasr, explora em 97 metros quadrados elementos contemporâneos com peças garimpadas, que conferem sofisticação. No bar em quartzito vivid green, uma adega automatizada é a grande atração. “As caixas de som, as lâmpadas, as luminárias, e o bar, tudo é automatizado. O bar funciona com comando de voz feito para a Alexa, que ao ouvir o comando movimenta a adega que está atrás de um espelho, então, a adega sobe e acende a luz”, explica a arquiteta. 

A automação marca presença também no espaço SeerMaai, da Maai Arquitetura, que traz portas de esquadrias com sistema automatizado. Para fechar ou abrir, basta acionar o controle ou o tablet. A área conta com automação com ar condicionado, áudio e vídeo. A iluminação é dividida em cenas, basta escolher uma, também pelo aplicativo no tablet, para acender as luzes da mesa de centro, bancada ou os spots de entrada. O ambiente foi projetado pelos profissionais Arnaldo Pinho, Mônica Pinto e Bel Veiga.  Nos 180m², tons terrosos e materiais mais rústicos se juntam à essência da proposta.