O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), confirmou oficialmente ter convidado Martha Seillier, mãe da quarta neta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para um cargo nos Estados Unidos. Freitas, no entanto, negou veementemente que essa ação tenha sido motivada por qualquer favor político ao aliado. As informações são da Folha de S.Paulo.
A oferta de cargo gerou uma série de reações, incluindo a defesa da indicação pelo ex-presidente Bolsonaro, embora após a divulgação da proposta pela Folha, ele tenha buscado dissociar-se dela. Em coletiva de imprensa, Tarcísio enfatizou que conhece Martha Seillier há muitos anos e considerou a possibilidade de oferecer a ela o posto de embaixadora do programa de investimentos. Ele destacou que ambos trabalharam em governos anteriores, tanto de Michel Temer (MDB) quanto de Bolsonaro.
Ao ser questionado sobre a influência de Bolsonaro no convite, Tarcísio afirmou que “Bolsonaro nunca me pediu nada”, contrariando, assim, relatos de aliados do ex-presidente e pessoas a par das negociações. Ele reforçou que o convite foi motivado pela qualificação de Martha Seillier, afirmando que “não estava pedindo favor”. No entanto, ao discutir a possibilidade de aceitação por parte dela, Tarcísio expressou incerteza.
O cargo em questão é a liderança do escritório nos Estados Unidos da InvestSP, uma agência de fomento de negócios. As conversas sobre o assunto ocorrem desde a volta de Seillier de Washington, onde ela estava trabalhando numa diretoria do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) reservada ao Brasil e ao Suriname desde maio do ano passado. A oferta é vista por muitos no governo como um pedido de Bolsonaro, dado os vínculos pessoais envolvidos.
No entanto, a aceitação do convite ainda está incerta, pois há algumas questões em jogo. Martha Seillier deseja transferir o escritório da InvestSP de Washington para Miami, reduto bolsonarista nos Estados Unidos. Além disso, ela manifestou insatisfação com o salário atual, que totaliza R$ 43 mil, incluindo gratificações.
Uma preocupação adicional gira em torno da segurança da neta de Bolsonaro. O ex-presidente tem laços significativos com a Flórida, especialmente em Miami, onde ele viveu após deixar o cargo até março deste ano.
É importante mencionar que a situação de Martha Seillier não é inédita. No passado, Bolsonaro também enviou o general da reserva Mauro Cid para Miami, levantando questionamentos sobre conexões pessoais e políticas.