Redação GPS A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (20), o julgamento de mais um grupo investigado por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, parte do inquérito conduzido pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O chamado “núcleo 3” é formado por 12 pessoas, entre elas militares da ativa e da reserva do Exército e um agente da Polícia Federal, acusados de planejar ações táticas para efetivar o golpe, especialmente após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
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Os acusados ocupavam cargos estratégicos e tinham acesso a informações sensíveis. Entre eles estão coronéis e generais que, segundo a Polícia Federal, articularam reuniões, redigiram manifestos, tentaram influenciar comandantes militares e integravam grupos de elite como os “kids pretos”, especializados em missões sigilosas. Alguns participaram diretamente de conversas sobre sequestro e possível assassinato de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, além de usarem aparelhos clandestinos para dificultar rastreamento.
O julgamento está previsto para ocorrer em três sessões, nesta terça e quarta-feira (21), quando os ministros da Primeira Turma vão decidir se os 12 denunciados se tornam réus. O processo faz parte de uma denúncia maior que foi dividida em cinco núcleos pela PGR, com o objetivo de organizar a responsabilização dos envolvidos em diferentes níveis e funções dentro da suposta tentativa de golpe.
Quem já foi julgado
Até o momento, o STF já aceitou denúncias contra os núcleos 1, 2 e 4. O núcleo 1, considerado o mais central, inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros aliados de alto escalão, como Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres. No núcleo 2, os denunciados atuavam na gestão e coordenação das ações golpistas, enquanto o núcleo 4 era responsável pela propagação de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.
Por fim, o núcleo 5, ainda pendente de julgamento, é composto apenas por Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan e neto do general Figueiredo. Ele é acusado de usar sua influência na mídia e entre militares para apoiar a tentativa de golpe. Segundo a PGR, Figueiredo ainda não apresentou defesa e pode ser julgado à revelia pelo STF.
