O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou, nesta quinta-feira (20), que intensificará as medidas de segurança em torno da Corte e nas áreas adjacentes durante os dias 25 e 26 de março, quando ocorrerá o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados pela denúncia de tentativa de golpe de Estado.
A decisão foi tomada após uma análise detalhada de risco e do cenário atual, dado o peso e a importância do caso, que envolve acusações graves contra figuras políticas de destaque na atual polarização no Brasil.
Segundo o STF, a principal motivação para o reforço de segurança é garantir que o trâmite do julgamento ocorra sem interrupções ou interferências externas. As medidas preventivas têm o objetivo de proteger magistrados, servidores, advogados, jornalistas e todos os demais presentes nas dependências do tribunal durante o julgamento.
O plano de segurança será coordenado pela Secretaria de Polícia Judicial, com o suporte da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) e outros órgãos de segurança parceiros.
As medidas, que incluem o aumento do efetivo policial e o uso de tecnologia avançada para monitoramento, visam garantir um ambiente seguro para a realização da sessão judicial.
Principais medidas de segurança adotadas pelo STF:
- Maior controle de acesso ao prédio e às áreas restritas;
- Monitoramento contínuo do ambiente, com câmeras de segurança e inteligência policial;
- Reforço no policiamento, com aumento do efetivo dentro e fora do STF;
- Equipes de pronta resposta, preparadas para agir em emergências.
Julgamento
O julgamento será dividido em várias etapas, com o primeiro núcleo sendo analisado pela Primeira Turma do STF nos dias 25 e 26 de março. O grupo inclui o ex-presidente Bolsonaro e ex-ministros de seu governo, como Walter Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno.
Os demais núcleos, compostos por outros acusados, serão julgados em datas subsequentes: o núcleo dois, com seis pessoas, será julgado nos dias 29 e 30 de abril; já o núcleo três, formado por militares envolvidos em ações golpistas, será analisado entre 8 e 9 de abril.
Os acusados, incluindo Bolsonaro, foram denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) por vários crimes, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e golpe de Estado.
A acusação também aponta para a tentativa de dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, devido aos prejuízos causados aos Três Poderes.
No mês passado, a PGR formalizou a denúncia de Bolsonaro e mais 33 pessoas, divididas em cinco núcleos, acusados de planejar e incitar atos antidemocráticos para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, possivelmente, manter Bolsonaro no poder.