Sobradinho vai ganhar seu primeiro livro inteiramente dedicado à história da cidade — contada por quem realmente a vive ou viveu. A publicação reunirá relatos pessoais, fotografias antigas, cartas, poesias e memórias afetivas de moradores e ex-moradores da região administrativa do Distrito Federal fundada em 13 de maio de 1960.
Com lançamento marcado para 31 de outubro de 2025, o projeto está recebendo contribuições até o dia 31 de agosto, pelo perfil oficial do Instagram: @historiasdesobradinho. A proposta é transformar lembranças individuais em uma obra coletiva, que ajude a preservar a identidade cultural da Cidade Serrana.
O livro também trará dados históricos e registros de jornais, monografias e arquivos oficiais. A iniciativa é do Instituto Latinoamerica, com produção da LL Produções, apoio do Arquivo Público do Distrito Federal e parceria da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, comandada pelo secretário Cláudio Abrantes.
Um dos relatos já confirmados é o de Aristides de Almeida e Maria Miranda Barreto, pioneiros que chegaram ao DF em 1959 vindos da Bahia. O casal, que fundou o tradicional Bazar Barreto, representa o espírito de luta e reinvenção que moldou Sobradinho desde os primeiros anos.
A obra também será acessível. Haverá uma versão pocket em braille com trechos selecionados e adaptação parcial em audiolivro, para atender pessoas com deficiência visual.
A distribuição será gratuita, com exemplares enviados a escolas, bibliotecas, centros culturais e espaços comunitários de Sobradinho e outras regiões do DF.
Para o historiador Léo Barros, coordenador do projeto, o diferencial da publicação é o envolvimento popular.
“Queremos registrar os sons, cheiros, sensações e sentimentos que fazem de Sobradinho um lugar especial. Não é só um livro de fatos — é uma memória viva”, afirma.
Apesar de fazer parte da história de Brasília desde sua fundação, Sobradinho ainda não tinha uma obra dedicada exclusivamente à sua trajetória. A maioria das referências sobre a cidade está espalhada por documentos oficiais ou estudos acadêmicos.
“Vamos ouvir quem construiu a cidade com as próprias mãos. Essa é uma história que não cabe só em registros institucionais. Ela vive nas pessoas”, destaca Atanagildo Brandolt, presidente do Instituto Latinoamerica.