Representantes de sindicatos de trabalhadores e associações estiveram reunidos, na manhã desta terça-feira (22), com o empresário Paulo Octávio, presidente do PSD-DF, para pedir apoio no sentido de aumentar a representatividade destas entidades, que o grupo considera esvaziadas após a reforma trabalhista, ocorrida no mandato de Michel Temer (MDB) na Presidência da República.
O encontro foi organizado pela presidente da Federação dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Fetratuh), Vera Lêda Ferreira de Morais, e pelo diretor Peterson Brilhante. O grupo saiu com a garantia de que o empresário vai buscar apoio aos pleitos apresentados.
Segundo Vera Morais, a política está ligada diretamente à geração de empregos e à reestruturação do movimento sindical. “Hoje nós conversamos aqui em grupo, mas queremos oportunamente trazer a pauta individual de cada uma dessas representações. Nós queremos ajuda do PSD para nos tirar da vala comum em que fomos jogados”, disse.
“Sabemos que o PSD tem limitações legais em relação à legislação trabalhista. Mas temos a viva noção de que essa representação e o senhor, como presidente regional, podem influenciar dentro do Congresso Nacional para melhorar a valorização dos trabalhadores”, acrescentou.
Para Peterson Brilhante, diretor da Fetratuh, o encontro foi importante para debater política a sindical, unindo as entidade a um partido que tem o sonho de JK, representado por seu bisneto, André Kubitschek. “Também é importante o fato de legenda ter como presidente um empresário que há 48 anos está no mercado, que empregou diretamente mais de 51 mil trabalhadores e que conseguiu liderar um feito inédito em Brasília: assinar mil carteiras de trabalho em um dia”, destacou.
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Condomínios e Imobiliárias do DF (Seicon-DF), Paulo Inácio Cardoso disse que a qualificação de “vagabundo” para os membros de sindicatos mostra o desconhecimento da vida de quem luta pelas categorias profissionais.
“Essa gente fala por ouvir dizer e nunca pôs o pé no chão de fábrica para construir o que efetivamente construímos. Eles precisam abrir a Constituição e verificar que os artigos 7° e 8° são fruto das negociações coletivas do movimento sindical ao longo da sua história”, destacou. “Nós defendemos o movimento sindical. Sem essa estrutura forte, não haverá equilíbrio democrático em nação alguma”, acrescentou.
Outro líder sindical a se manifestar foi Orlando Cândido, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares, Lanchonetes e Similares do DF (Sechosc). Com 50 anos na profissão, ele falou do orgulho de ser sindicalista.
“Sofremos muito com a pandemia. Eu acho que foi o segmento que mais que mais sofreu foi o nosso. Então quero contar sempre com o apoio de vocês. Nós afirmamos para vocês que capital e trabalho têm de andar juntos. É um trem em uma trilha só e não adianta puxar para cá, puxar para lá, não”, acrescentou.
Diretor da Rede Plaza de Hotéis, André Kubitschek, que também é presidente do PSD Jovem no DF, destacou que o turismo é uma das maneiras mais fáceis e práticas para a aquecer uma economia. “Quando a gente recebe um turista aqui, fomentamos a economia através da companhia aérea, do taxista, do lojista, do feirante, do hoteleiro, do restaurante, do bar… A cadeia produtiva inteira ganha”, definiu.
“É importante a gente trabalhar em prol do turismo. Fiquei feliz em ver que o GDF vai voltar a investir na cultura. Vamos reabrir o Teatro Nacional, que pode atrair um público externo. O autódromo também será resgatado. Hoje, temos voos saindo de Brasília para todas as capitais do Brasil e seis internacionais. A gente está vendo um resgate efetivo do turismo. Amamos Brasília desde que meu bisavô a construiu, no século passado. E meu pai deu continuidade a essa construção. Temos compromisso com essa cidade e quero participar e defender todos os direitos das categorias, que são de suma importância para nossa economia”, emendou.
Para Paulo Octávio, a valorização do trabalhador é fudamental. Ele lembrou que uma das primeiras ações que tomou neste sentido foi o programa de alfabetização na construtora, que conquistou o Brasil inteiro. “Trabalhador valorizado, bem alimentado e que recebe em dia é trabalhador feliz. Mas nós, empresários, não estamos fazendo nada além do que deveríamos fazer. Sem trabalhador não há empresa. Sempre que mostramos o que fazemos é para motivar outras empresas”, contou, detalhando também os programas de apoio aos trabalhadores vigentes nas suas empresas.
“Eu ouvi as dificuldades que vocês estão vivendo. A dificuldade é porque as mudanças nas leis trabalhistas foram prejudiciais aos sindicatos. Ouvir vocês, para mim, foi uma lição. Eu sempre defendi que o mundo empresarial tinha de estar mais ligado ao mundo da produção, ao mundo do emprego, principalmente no Brasil. A Brasília de hoje tem 100 mil desempregados. O problema, muitas vezes, não é a falta de emprego. É que nós temos muita gente sem a devida qualificação. E isso é terrível”, concluiu.
Também participaram da reunião a presidente do Movimento das Mulheres Policiais do Brasil (MMUP), Eline Lemos; o presidente do Sindicato dos trabalhadores em Lavanderia e Tinturaria de DF (Sintralav), Valdeci Velez; Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do DF e Entorno (Sintrado-DF), Maria Nádir Ferreira Ramalho; o presidente do Sindicato dos Guias de Turismo (Sindgtur/DF), Rafael Lima; o presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores do DF (NCST-DF), Marcus Monteiro; o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Turismo e Viagens, Intérpretes de Brasília (Semdetur), Cláudio Borges; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Artesãos e de Artes Manuais do DF e Entorno (Sintrarts), Ângela Roboredo; e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília (Sticombe), Raimundo Salvador.