A Sexta-feira 13 é uma data que carrega consigo uma aura de mistério e superstição, considerada por muitos como um dia de azar. Este simbolismo, presente na cultura popular de diversas partes do mundo, é reforçado por lendas, crenças religiosas e até pelo cinema, como a icônica franquia de terror Sexta-feira 13. Mas de onde vem essa crença? A resposta está em uma combinação de influências históricas, religiosas e culturais que perpetuam o temor em torno dessa data.
Entre as explicações mais conhecidas está a associação ao cristianismo: na Última Ceia, Jesus Cristo reuniu-se com seus 12 apóstolos, totalizando 13 pessoas, sendo traído e crucificado em uma sexta-feira. Além disso, na mitologia nórdica, a figura de Loki — o 13º convidado de um banquete entre deuses — também é citada como origem do número associado ao infortúnio. Na Roma Antiga, o número 13 simbolizava desordem, contribuindo para a construção desse imaginário ao longo dos séculos.
A data também ganhou força na cultura moderna graças ao livro Sexta-feira 13, escrito por Thomas W. Lawson em 1907. O livro narra a história de um corretor de Wall Street que utiliza o medo coletivo associado à data para manipular o mercado financeiro, disseminando caos e prejuízos. No entanto, o próprio autor viu sua vida marcada por coincidências trágicas.
Na sexta-feira 13 de dezembro de 1907, o maior veleiro construído sem máquina de propulsão, que levava o nome do autor, afundou enquanto transportava 60 mil barris de óleo leve, causando o primeiro grande desastre ecológico desse tipo. Apesar de tecnicamente o naufrágio ter ocorrido nas primeiras horas do sábado, ainda era sexta-feira 13 em Boston, onde Lawson residia.
Superstições da data
A Sexta-feira 13 é cercada por muitos mistérios e crenças que atravessam gerações e culturas, mesmo sem comprovação científica para justificar seu status de dia de azar. No Brasil, a data é frequentemente associada à bruxaria e a forças sobrenaturais. Para os supersticiosos, o dia é considerado um momento em que o véu entre o mundo dos vivos e dos mortos se torna mais tênue, permitindo aparições e fenômenos inexplicáveis, como fantasmas e assombrações.
Gestos cotidianos ganham um significado especial: passar embaixo de uma escada, por exemplo, é visto como um convite ao azar, enquanto rituais como bater três vezes na madeira servem para afastar energias negativas.
Nos Estados Unidos, a aversão ao número 13 é tão profunda que muitos prédios e hotéis omitem o 13º andar em seus elevadores, substituindo-o pelo 14. Além disso, a sexta-feira 13 é vista como um dia em que decisões importantes, viagens ou negócios devem ser evitados. Até mesmo ações simples, como quebrar um espelho ou abrir um guarda-chuva dentro de casa, ganham conotações sinistras nesta data.
Para os supersticiosos, há também uma lista de proibições que ajudam a evitar o azar na sexta-feira 13. Entre elas, estão atitudes como cortar unhas ou cabelo, deixar cair escovas de cabelo, sair em grupos de 13 pessoas ou começar o dia pisando com o pé esquerdo.