O aniversário de 64 anos de Brasília foi celebrado em uma sessão especial do Senado, na manhã desta segunda-feira (22). Comandada pela senadora Leila Barros (PDT-DF), a homenagem foi inciativa também dos demais integrantes da bancada do DF na Casa, Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF). A sessão teve a participação da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, do ex-senador Valmir Campelo e de André Octávio Kubitschek, empresário e bisneto do fundador da cidade, Juscelino Kubitschek.
Em seu discurso, a senadora Leila Barros destacou o crescimento de Brasília, que hoje tem quase seis vezes mais habitantes que os 500 mil projetados por Lúcio Costa. “Morar em Brasília é visitar um museu a céu aberto, o maior projeto arquitetônico do Brasil e um dos mais importantes do mundo. Aqui, vários de nossos maiores artistas deixaram suas impressões digitais, como Athos Bulcão, Burle Marx e, é claro, Oscar Niemeyer”, disse, lembrando que a cidade cumpre muito mais que seu papel constitucional.
“Brasília não é apenas a capital administrativa do País. Aqui temos uma cidade que soube construir sua identidade e ir muito além de sua vocação”, completou.
Para o senador Izalci Lucas, também requerente da sessão, Brasília segue sendo a capital da esperança. “Mas aquela esperança que sempre vence, pois está no coração, no tempo e no trabalho de cada um de nós que para cá viemos, crescemos, assim como agora, naqueles que aqui nasceram”, comentou. Já a senadora Damares Alves disse que Brasília é a “cidade dos encontros”, por reunir todos os povos. “A cidade atrai o Brasil e o mundo por causa da sua pluralidade, sua diversidade. Essa é uma cidade de oportunidades”, afirmou.
Um dos destaques da sessão foi o discurso de André Octávio Kubitschek, vice-presidente do Memorial JK e bisneto do fundador da capital. Afirmando que Brasília traz muito orgulho a todos, ele destacou que a cidade, em seus 64 anos, “se consolidou como centro cultural, administrativo, político e econômico”, além de ser reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade.
“Ao comemorarmos Brasília, é impossível não nos lembrarmos do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que capitaneou a construção da nova capital, superando todos os desafios, com a intenção de dar melhores condições de vida e desenvolvimento para o povo brasileiro. Meu bisavô disse, certa vez, que era necessária uma nova dinâmica política no País. O Brasil, até então voltado para o mar, que já havia alcançado certo nível de progresso, teria de se empenhar e tomar posse do seu território, deslocando o eixo de desenvolvimento para o resto do País”, lembrou.
Segundo o vice-presidente do Memorial JK, Brasília foi o instrumento que desencadeou um novo ciclo de progresso, por ser o polo irradiador de desenvolvimento para o Brasil. “Meta-síntese do governo JK, Brasília representa a capacidade realizadora dos brasileiros, que em mil dias edificaram a nova capital do Brasil e abriram as fronteiras internas do País, trazendo vida e desenvolvimento onde antes era cerrado e solidão”, ressaltou, destacando que hoje ela é a terceira maior cidade do Brasil.
“Brasília nasceu da vontade política de brasileiros que sonharam um novo País. Com coragem, determinação e otimismo, JK entregou à nação um plano de metas, um programa voltado para a modernização do País, integrando o Centro-Oeste, estimulando a industrialização, construindo hidrelétricas e investindo na educação”, completou, reconhecendo ainda que a presidência de JK foi, realmente, um salto de 50 anos de progresso em cinco de governo.
“Pode-se dizer, com segurança, que o Brasil só se tornou adulto depois da construção da nova capital federal, que proporcionou um salto de qualidade econômica e social para o povo brasileiro. O seu legado deve ser lembrado todos os dias como exemplo de que somos capazes de grandes feitos quando nos unimos em prol de um propósito único”, encerrou.
Nomes eternos da capital
Para Valmir Campelo, ex-senador e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Brasília é “a cidade da integração”. Como Constituinte, lembrou que foi de sua autoria a emenda que determinou que a União manteria educação, saúde e segurança pública do DF. “Foi difícil de ser aprovado, mas eu disse que Brasília era diferenciada, uma cidade-estado, que abriga os Poderes da República. Muitos anos depois foi criado o Fundo Constitucional”, recordou-se, em referência ao projeto do ex-senador e ex-deputado federal Paulo Octávio.
Também deputada constituinte, a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia fez um discurso emocionado, saudando o sonho de profético de Dom Bosco e a ação de JK, Bernardo Sayão, Lucio Costa, Oscar Niemeyer e Israel Pinheiro. “É dia de homenagear os trabalhadores de mãos abençoadas que, em quatro anos, transformaram o sonho em realidade. Brasília é a síntese no Brasil, onde convivemos com os mais ricos e os mais pobres. É uma cidade que oferece oportunidades”, destacou.
Além deles, também discursaram o procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Georges Carlos Fredderico Moreira Seigneur, e a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão Moura. A instituição completou 62 anos também no dia 21 de abril. “A UnB festeja a capital brasileira e seus habitantes de todas as faixas etárias e origens. Hoje, interagimos com a cidade não apenas nos quatro campi espalhados pelo Distrito Federal. Estamos em contato direto com os conhecimentos e desejos da população brasiliense numa rede de casas de cultura e polos de extensão”, concluiu.
A solenidade teve ainda a participação de diversas delegações de países, como China, Arábia Saudita, Paraguai e República Dominicana, além de representantes de grupos e associações de pioneiros. (com Agência Senado)