Com João Pedro Nunes
Alvo de uma operação do Ministério Público (MPDFT) e Polícia Civil (PCDF) que investiga “rachadinha”, o servidor Celso Francisco de Assis foi indicado ao Governo do Distrito Federal (GDF) por indicação do ex-deputado distrital Benício Tavares (MDB).
De acordo com as investigações da operação Meridio, Celso Francisco teria indicado ao menos 8 pessoas para cargos comissionados na estrutura local, incluindo o próprio filho e uma trabalhadora que ocupava a função de empregada doméstica dele. À reportagem, Benício Tavares confirmou a indicação.
“Isso foi em 2019. Eu apresentei ele pra trabalhar com o [então] vice-governador por ter participado da campanha das eleições de 2018 comigo, e eu fiquei de ajudar as pessoas que participaram da campanha”, disse
O ex-presidente da Câmara Legislativa (CLDF) negou ter conhecimento sobre a prática criminosa da “rachadinha”. “Não fazia ideia, infelizmente é uma prática lamentável.”, disse.
A reportagem tenta contato com o acusado. O conteúdo será atualizado se houver manifestação oficial do próprio Celso Francisco ou da defesa dele. Celso Francisco foi exonerado do cargo, de acordo com o Palácio do Buriti.
Operação
Com a operação, a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) e da Delegacia de Repressão à Corrupção (DRCor) buscaram provas da participação de cada integrante do grupo criminoso, a identificação de outros envolvidos e a apreensão de bens e valores para ressarcimento dos cofres públicos. Na casa do investigado, foram encontrados R$ 30 mil.
Segundo o MPDFT, as investigações tiveram início em 2022, quando foi descoberto que o comissionado indicava pessoas para ocupar outros cargos comissionados, com a condição de que eles repassassem a ele parte dos salários.
“Não há notícia de que os dois comparecessem para trabalhar nos órgãos para os quais foram nomeados. Outros compareciam apenas uma vez por mês para assinar a folha de ponto“, afirma o MP.
Os suspeitos são investigados pela possível prática dos crimes de concussão, estelionato contra a Administração Pública e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, podem pegar até 27 anos de prisão.