A Comissão de Segurança Pública do Senado Federal promoveu, nesta segunda-feira (14), audiência pública voltada a debater a equiparação salarial entre as carreiras da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e da Polícia Federal. A iniciativa partiu de requerimento de senadores da bancada do Partido Liberal (PL).
Durante a sessão, a vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Luana de Ávila, defendeu que a categoria “perdeu cerca de R$ 390 mil de 2015 a 2025 em comparação com um agente federal”.
“Essas perdas não consideram as correções monetárias. Os delegados também têm a sua importância, que foi perdida em comparação ao delegado da PF. Esse valor não irá voltar, mesmo com a recuperação da simetria, mas ele representa um capital para o humano que amarga o policial civil”, afirmou.
Segundo a representante da entidade, a estimativa das perdas salariais, considerando a inflação ao longo da última década, se aproxima de R$ 700 mil.
“Aqui temos duas situações: a PCDF e o Fundo Constitucional. E os ataques ao fundo não são brincadeira – ele é constantemente questionado e barganhado. Mais de meio milhão de reais é muito dinheiro perdido, isso é um soco no estômago. Há um rompimento vergonhoso de contrato, mas a discussão está aqui e vamos para cima”, destacou a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
A audiência foi presidida pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), autor da PEC 1/2025, que propõe a correção automática do Fundo Constitucional do DF (FCDF) pela variação da receita corrente líquida da União.
“Hoje, para quem não sabe, estamos pagando um dos piores salários do Brasil para nossa segurança pública. Todos acham que o DF é quem paga melhor, mas não é. Precisamos corrigir isso com justiça e segurança jurídica”, defendeu o senador.
Criado para custear áreas essenciais do Distrito Federal, o Fundo Constitucional financia integralmente a remuneração das forças de segurança locais. As entidades que representam os policiais civis do DF entendem que a equiparação das carreiras se faz necessária já que ambas as corporações são sustentadas por recursos federais e exercem funções de polícia judiciária em esferas distintas.