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Semana da Arte no GPS com o artista visual Paulino Aversa

O GPS apresenta a **Semana da Arte**, composta por uma série de sete reportagens especiais que irá explorar o **cenário artístico de Brasília** em suas diferentes manifestações: _desenho, dança, teatro, fotografia, música, grafite e escultura_. Confira referências em seus respectivos movimentos artísticos!

A data, comemorada nesta sexta-feira, 12, surgiu em homenagem à Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro, que nasceu na mesma data, em agosto de 1816, e hoje é conhecida como a Escola de Belas Artes.

Para abrir a série, conversamos com **Paulino Aversa****, brasiliense e artista plástico da primeira geração da cidade. ** Formado pela Universidade de Brasília (UnB) e com mais de 30 anos de carreira, ele tem um trabalho consolidado e reconhecido dentro e fora do Distrito Federal.

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>“Eu gosto de contar histórias através do quadro”, afirmou Paulino.

**Brasília: seu projeto artístico inspirador**

Aos 62 anos, é inegável que a capital federal tem arte desde o ano um. Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Athos Bulcão, Marianne Peretti e Burle Marx, cada artista com o seu dom. A arte de todos resultou em uma só: no **maior patrimônio tombado da humanidade pela Unesco**.

Em uma cidade materializada com o toque de muitos, é evidente que a vivência artística seria diferente. Paulino Aversa nasceu em 1960, quando se celebrava a inauguração desta terra que surgiu no Planalto Central. Nas telas, ele reflete aquilo que seus olhos contemplam desde a infância.

O** azul do céu, o traço do arquiteto e a criatividade de uma mente artística**: _“Eu pinto as coisas que eu vivi”_. Assim, ele faz a arte da arte e espelha a **beleza magistral de Brasília em seus desenhos**.

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**A arte da arte com Paulino Aversa**

Com **pastel seco e carvão**, as quatro linhas da superfície branca se transformam nas cores dos cenários, sentimentos e lembranças que ele e seu público carregam. _ “Eu trabalho muito com a memória, tanto as minhas quanto a dos outros”, conta Aversa._

Filho do **pioneiro José Salvador Aversa**, engenheiro de Oscar Niemeyer e colecionador de arte, Paulino teceu sua história aqui e hoje aflora o sentimento que todo brasiliense compartilha, o de admiração pela capital. O motivo? O óbvio: “Me marcou muito ter crescido em Brasília”, contou.

Na época, a cidade ainda em construção serviu de cenário para as brincadeiras de infância e para o desenrolar de uma vida que até profissionalmente carregaria sempre essa essência. Em suas obras, o que para muitos seria apenas uma avenida, ou uma parede, ou uma paisagem, para os brasilienses, contou ele, é muito mais. É o **Teatro Nacional**, o viaduto da **Rodoviária do Plano Piloto** ou as crianças embaixo do bloco.

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>“Eu olho para um espaço e para uma rua, e aquilo me dá uma sensação”, compartilhou.

Essa sensação que suas telas causam é compartilhada por quem também nasceu aqui e, ainda, pode ser traduzida em uma frase: “Isso é muito Brasília”. Esse é o _sentimento de reconhecimento, não só das paisagens, mas da experiência de viver ali_.

**Arte marcou gerações**

Os vestígios da construção que um dia foram brinquedos para as crianças da época como Paulino, se transformaram em edifícios, praças e quadras inteiras que revelariam a desabrochar de uma vida nova cercada de uma arte que marcaria gerações.

Para ele, desenhar surgiu naturalmente ainda na infância. Após se formar em Desenho e Artes Plásticas, na UnB, Paulino foi servidor do Distrito Federal e deu aulas de arte pela Secretaria de Educação durante oito anos. Ele levou seu trabalho nas telas simultaneamente, até que logo cedo resolveu ser artista em tempo integral, **aos 23 anos**. Na época, se formava a** primeira geração de artistas da cidade**.

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Paulino contou que no início houve resistência na família, mas hoje são três gerações nesse meio: José Salvador Aversa, seu pai que colecionava obras e ele e seu filho,**[Antonio da Rosa Aversa](https://www.instagram.com/antonio_aversa_/)**, a frente do **[Mercato Antiguidade + Arte + Design](https://www.instagram.com/mercato_gilbertosalomao/).**

>“Meu avô era um colecionador de arte muito respeitado em Brasília, algo que também ajudou meu pai a entrar no mundo das artes. Nasci no ateliê dele, então sempre gostei muito de obra de arte, via todo o processo e sempre convivi com grandes mestres da arte nacional e internacional que pertenciam à coleção do meu avô”, contou Antonio.

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Por essas influências, Antonio sempre teve vontade de trabalhar na área e começou cedo. Aos 16 anos, abriu seu primeiro antiquário no **Gilberto Salomão**. Em 2019, começou a trabalhar negociando as obras do pai em seu próprio negócio. _ “É um artista muito bacana que tem tudo a ver com Brasília. Eu amo o trabalho do meu pai, a forma que ele usa as cores, que ele se identifica com os clientes”, disse._

**Rotina do artista**

**Aversa realiza exposições individuais anualmente**, faz obras para clientes e tem uma rotina diligente com a pintura. _“Eu não paro. Se você parar, você perde um pouco da técnica. É uma profissão como qualquer outra. Você tem que ter disciplina”, disse._

Sobre inspiração, dilema para muitos artistas, ele afirma não ser uma questão. O artista trabalha todos os dias em diferentes pinturas e conta preparar materiais para exposições que ainda realizará daqui a um ano. _“Eu sou artista 24h”, afirma._

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O trabalho, contudo, é árduo. Paulino compartilhou que o custo é alto para ter um ateliê, comprar materiais e viver disso. Acima de tudo, há renúncias. _“Para você ser artista, tem que abrir mão de um monte de coisa”_. Hoje, após **mais de 30 anos como artista plástico**, ele leva aos ambientes de seus admiradores as histórias que juntos compartilham.

**Desenhos que conectam histórias**

O filho Antonio nos colocou em contato com **José Martins**, **cliente e corretor de imóveis**. José conhece Paulino há cinco anos e possui seis obras do artista em casa e em seu escritório._ “Todos os quadros têm uma história”_, falou o colecionador sobre as obras que possui.

_“Está obra retrata JK olhando para o futuro, ele vê a realização do sonho que ele iniciou na década de 60, como se no passado ele pudesse ver a capital que Brasília se tornaria, uma cidade moderna, artística, com um empreendedorismo, arquitetura única e funcional”, contou José._

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O artista afirmou que enquanto pinta não está pensando em como enxergam seu trabalho, mas que gosta da identificação que o público tem com as suas telas. _“Toda vez que eu pinto um trabalho desses não me dá não saudade, mas um sentimento de satisfação”,_ conta Paulino.

Enquanto cliente e amigo, José compartilha o orgulho da peça que possui. _”Essa obra para mim me traz muito orgulho, pois vejo nela a realização de JK, a realização dos candangos, o trabalho retrata o empreendedorismo que foi e se faz presente na nossa capital”_. **Assim, em Brasília, arte e vida se misturam por gerações**, tanto em quem consome, quanto em quem produz.

Algumas das obras nesta matéria fazem parte de seu novo livro sobre a Rodoviária de Brasília. _Rodô, Poesia Passageira, Poemas Sem Destino_ é um projeto entre o arista e Nicolas Behr.

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**Confira algumas das obras de[ Paulino Aversa](https://www.instagram.com/paulinoaversaoficial/).**

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