Em um pronunciamento que durou pouco mais de dois minutos, o presidente da República, Jair Bolsonaro, agradeceu os votos que recebeu nas eleições de domingo e condenou excessos nas manifestações. Sem reconhecer a derrota nas urnas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltará a comandar o País em 1° de janeiro do próximo ano, ele afirmou vai “continuar cumprindo a Constituição” e criticou ocupações, identificando-as como “métodos da esquerda”.
Em sua fala, Bolsonaro atribuiu os bloqueios ilegais de rodovias pelo Brasil como “fruto de indignação e sentimento de injustiça” por conta do processo eleitoral. Destacou que a “direita surgiu de verdade” e que a bancada eleita mostra a força dos valores que defende, “citando Deus, pátria, família e liberdade”.
Sem responder a perguntas, Bolsonaro encerrou a breve fala dizendo ser “uma honra” liderar milhões de brasileiros que “defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela de nossa bandeira”. Logo depois do pronunciamento, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), foi aos microfones para dizer que a transição de governo começa na próxima quinta-feira (3).
**Confira a íntegra da fala de Bolsonaro**
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir. A direita surgiu de verdade em nosso País. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores – Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela de nossa bandeira. Muito obrigado.