GPS Brasília comscore

Sem leilões do BC, dólar sobe e fecha a semana cotado a R$ 6,1931

Divisa abriu com a máxima de R$ 6,2154 e teve queda para R$ 6,1712, mas fechou com alta de 0,22%

Sem leilões do Banco Central (BC), o mercado de câmbio voltou a acompanhar no Brasil o movimento de valorização do dólar frente às moedas de economias emergentes. Dados fracos da indústria na China, principal destino das commodities industriais, e um alto nível de juros pagos pelos Tesouros sustentaram mais um dia de fortalecimento da moeda americana no mundo.

Já entre as explicações domésticas sobre o comportamento do câmbio nesta sexta-feira (27), os operadores citaram fatores técnicos, relacionados à rolagem de contratos cambiais futuros, e remessas ao exterior de lucros e dividendos de investimentos no Brasil. A desaceleração da inflação, mostrada pela leitura de dezembro do IPCA-15, ajudou a aliviar a pressão sobre os juros no curto prazo , porém de forma contida porque a leitura qualitativa do índice segue ruim, com os serviços subjacentes avançando.

O mercado de trabalho apertado, como confirmado pela taxa de desemprego em 6,1%, o menor nível da série estatística de 12 anos, também reforçou a leitura de que o BC  terá de ser mesmo firme para buscar a convergência da inflação à meta. Porém, a tendência de juros mais altos no Brasil não ajudou a contribuição o real, dado o olhar dos investidores para os riscos fiscais, agravados pela possibilidade de uma crise das emendas melhorarem o andamento no Congresso da agenda econômica, que inclui o orçamento do ano que vem.

Assim, após bater a máxima de R$ 6,2154 e marcar valorização de 0,58% nos dez primeiros minutos do pregão, o dólar teve uma breve queda ainda na primeira hora da sessão. Chegou a R$ 6,1712 (-0,13%), a mínimo do dia, sob a influência da primeira coleta de taxas para a formação da Ptax diária, na penúltima de 2024. No resto do pregão, no entanto, voltou ao terreno positivo, com a moeda americana marcando alta de 0,22%, a R$ 6,1931, no fechamento desta sexta-feira.

O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa comenta que, sem injeção de liquidez do BC, o desempenho do real ficou mais próximo de seus pares emergentes. Ele observa que, à medida que o grupo de Donald Trump nos Estados Unidos se aproxima, as moedas desses países tendem a refletir cada vez mais a perspectiva das tarifas prometidas pelo futuro presidente. “Além disso, a dúvida fiscal continua presente. O mercado aguarda o anúncio pelo governo de mais medidas de ajuste.”

Segundo o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, o mercado, que vem mostrando forte aversão a risco, não acredita em recuperação consistente do real, dada a perspectiva de elevação da dívida pública. Ele cita uma percepção dos investidores de que os juros não terão tanta eficácia para aumentar a inflação, dado o repasse cambial, de forma que, entende, será necessário que o BC venda mais dólares.

A dominância fiscal entrou no radar, deixando o dólar sob pressão. Sem apoio razoável no Congresso, em meio ao impasse das emendas, o governo vai ter mais dificuldade de aprovar medidas fiscais. Então, se não houver um choque fiscal muito forte, capaz de estabilizar a dívida, não há razão para o dólar cair”, afirma.

QUER MAIS?

INSCREVA-SE PARA RECEBER AS NOTÍCIAS DO GPS BRASÍLIA!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

Veja também

Com 430 marcas confirmadas, feira reforça importância do mercado de …

Associar cura ao tratamento requer considerar diversos aspectos físicos que …

GPS Brasília é um portal de notícias completo, com cobertura dos assuntos mais relevantes, reportagens especiais, entrevistas exclusivas e interação com a audiência e com uma atenção especial para os interesses de Brasília.

Edição 42

Siga o GPS

Newsletter

@2024 – Todos os direitos reservados.

Site por: Código 1 TI

GPS Brasília - Portal de Notícias do DF
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.