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Sem Ibaneis, adversários atacam gestão no debate do Correio Braziliense/TV Brasília

Governador confirmou presença, mas não compareceu ao evento promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília. Principais críticas foram voltadas para o caos na saúde e as filas da assistência social

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Dos sete púlpitos preparados pela produção do debate promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília, um estava vazio. O governador Ibaneis Rocha (MDB), candidato à reeleição, havia confirmado presença, mas não compareceu.

Com a “_fuga_” de Ibaneis, que lidera as pesquisas, sua gestão foi fortemente atacada pelos adversários, que miraram no caos na saúde pública e nas longas filas da assistência social da capital. Os ataques ao governador partiram principalmente do deputado distrital Leandro Grass (PV) e do senador Izalci Lucas (PSDB).

Segundo colocado nas principais pesquisas de intenção de voto, o ex-senador Paulo Octávio buscou focar seu tempo de fala na apresentação de propostas voltadas para a geração de emprego e retomada do crescimento econômico do Distrito Federal.

Durante as quase duas horas de debate, os candidatos responderam perguntas dos jornalistas Luiz Carlos Azedo, Ana Maria Campos, Carlos Alexandre de Souza, Rosane Garcia, Denise Rothenburg, com a mediação de Gláucia Guimarães. Em seguida, durante dois blocos, candidatos puderam perguntar para outro candidato em tema livre.

**Veja os principais temas abordados pelos candidatos durante o debate do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília.**

![Seis candidatos ao governo do Distrito Federal participaram do debate promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/debate_22305280e3.png)

**Ausência**
O não comparecimento de Ibaneis Rocha movimentou os adversários durante todo o debate. Leandro Grass chamou a ausência de “gesto de covardia e fraqueza”. O senador Izalci Lucas lamentou que o governador não estivesse presente “para justificar o caos que vivemos hoje no DF”.

Rafael Parente (PSB) ironizou: “Ibaneis amarelou, vamos puxar a hashtag”, em alusão às redes sociais. Já Keka Bagno (PSOL), apontou como “perversidade” a falta de compromisso do governador com o debate.

O púlpito vazio de Ibaneis era mostrado pela transmissão em todos os momentos em que estava marcada a participação do governador.

**Saúde**
A saúde foi, de longe, o tema mais abordado pelos candidatos. Questionado sobre a situação da estrutura de atendimento, Leandro Grass firmou que “a saúde pública vive o seu pior momento no Distrito Federal”.

O ex-senador Paulo Octávio lembrou sua atuação no Congresso em prol de recursos para a capital e lamentou o descaso com a população. “É triste o quadro da saúde. Temos o maior orçamento do Brasil, mas faltam metas, projetos e, principalmente, gestão”, apontou ele.

A senadora Leila Barros (PDT) afirmou que fará investimentos estruturais. “Vamos investir em rede física, os hospitais estão sucateados. Algumas regiões necessitam de um hospital. Vamos priorizar os hospitais de São Sebastião e do Guará”, indicou.

![Leandro Grass manteve os duros ataques que tem feito à gestão de Ibaneis Rocha: “pior governador da história do Distrito Federal”
](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/grass_deb_d9fbd58880.jpeg)

**Morte na fila**
A morte de Janaína Nunes Araújo, de 44 anos, na fila do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do Paranoá foi lembrada por adversários de Ibaneis. Leandro Grass afirmou que o governador “fatiou” um amplo benefício em outros menores “para dizer que estava criando novos benefícios”. Segundo o candidato do PV, “o primeirodamismo fracassou”, em referência à primeira-dama Mayara Noronha, que deixou recentemente a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).

**Setor econômico**
Questionado sobre propostas para o ambiente econômico, Rafael Parente lamentou que empresas de tecnologia não encontrem espaço para crescer no Distrito Federal. “Precisam se mudar para São Paulo”, disse o nome do PSB, que pretende desonerar pequenos e médios negócios do DF.

O ex-senador Paulo Octávio lembrou sua participação na atividade econômica local, com mais de 50 mil empregos gerados, e lamentou as altas taxas de desemprego na capital. “Quero chegar ao final do mandato com mais de 100 mil empregos gerados”, apontou. “É importante que toda a sociedade entenda essa chaga social que é o desemprego”, completou.

![Segundo colocado nas pesquisas, Paulo Octávio afirmou que pretende criar mais de 100 mil empregos em seu mandato](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/po_deb_f4c9b68709.jpeg)

**Recursos**
Integrantes da bancada do Distrito Federal no Senado, Izalci Lucas e Leila Barros fizeram duras críticas ao que chamaram de “falta de transparência” do governo de Ibaneis Rocha. Leila apontou que seu mandato teve dificuldades de diálogo com o GDF para destinar recursos. “Principalmente na área da saúde. Essa falta de transparência refletiu muito no cenário que vemos na área”, revelou.

Izalci, que integrou a CPI da Pandemia no Congresso, afirmou que Ibaneis teve “comportamento criminoso” na gestão da pandemia. O DF foi alvo de denúncias de irregularidades na compra de testes para covid-19 e de má utilização de recursos.

![Senador Izalci Lucas concentrou críticas às condições da educação no Distrito Federal](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/iza_deb_f9f01f60d9.jpeg)

**Educação**
A evasão escolar, a superlotação de salas de aula e a violência nas escolas foram temas abordados no debate. O senador Izalci Lucas lembrou sua trajetória enquanto parlamentar ligado a questões da educação e do ensino profissionalizante. Ele prometeu dotar as escolas com wi-fi e melhor estrutura. “Temos que ter uma escola atrativa para o aluno, hoje é quase um sacrifício ir para a escola”, classificou.

![Keka Bagno apontou que é preciso reestruturar o setor de assistência social: “não pararam durante a pandemia”
](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/keka_deb_d3252e0898.jpeg)

**Deslize**
Durante uma resposta sobre problemas habitacionais, Rafael Parente interrompeu abruptamente sua resposta: “Desculpa, gente. Deu um branco aqui”, confessou. Em seguida conseguiu completar o raciocínio.

![Rafael Parente protagonizou momento inusitado no debate: deu branco no meio de uma resposta
](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/parente_deb_654b777353.jpeg)

**Questão fundiária**
O ex-senador Paulo Octávio foi questionado sobre a ocupação desordenada do Distrito Federal. Segundo ele, “Brasília foi uma cidade projetada para 500 mil habitantes. Hoje, Brasília representa o Brasil moderno, com 3 milhões de habitantes”. Ele lembrou que a questão fundiária é essencial para dar segurança para a população e para preservar o território da capital. “Brasília deve continuar sendo a cidade mais verde do Brasil”, disse.

![Senadora Leila Barros afirmou que Ibaneis Rocha governa para “os amigos do rei”
](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/leila_deb_71ad181663.jpeg)

**Atleta**
Em um dos momentos de ataque ao governador, Leandro Grass questionou a senadora Leila Barros sobre o patrocínio do BRB ao Flamengo. A pedetista, lembrando seus tempos de seleção brasileira de vôlei, cortou a bola levantada pelo adversário: “É um governo muito focado nos amigos do rei. Está sempre preocupado em beneficiar as pessoas do seu convívio pessoal. Uma coisa é torcer para um time, outra coisa é governar”, cravou.