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Sem foco, H.E.R faz seu R&B ‘frankenstein’ no The Town

O site do The Town entrega o quanto seus produtores olham para os números de um artista antes de contratá-lo. H.E.R, explica o texto sobre a cantora, “é uma estadunidense de R&B contemporâneo que começou sua carreira ainda na adolescência… Hoje em dia, acumula mais de 12 milhões de ouvintes mensais no Spotify e seus projetos acumulam quase 8 bilhões de streams de áudio e vídeo no mundo todo”.

 

É realmente um feito e, seguindo a mesma lógica, H.E.R. é maior do que Paul McCartney (11,6 milhões no Spotify), James Brown (4,6 milhões) e Ray Charles (8,3 milhões). Mas também é verdade que não há lógica quando não existe isonomia geracional (os fãs de H.E.R. estão muito mais no Spotify do que os de James Brown). De qualquer modo, o que faria tanto alarde em seu R&B contemporâneo? Às 20h30 deste domingo, 10, estávamos lá, em frente ao palco Skyline, para saber.

 

Gabriela Wilson, a H.E.R. (as iniciais de Having Everything Revealed, “tudo sendo revelado”), tem uma grande voz.

 

Sua abertura com Berimbau, um afrossamba de Baden Powell e Vinícius de Moraes, ainda que fosse uma vinhetinha, não ganhou reconhecimento da plateia, que parecia não conhecer mesmo a referência, mas mostrou boa vontade e pesquisa de H.E.R. Ela queria agradar, mas exigiu demais.

 

Até a quarta canção, parecia ter trazido sua versão menos cool e mais quente. “Eu amo vocês”, disse em português, mas errou ao voltar cool de novo diante de, segundo a organização do evento, 100 mil pessoas. Só, ao violão, H.E.R. canta baixinho, perigosamente baixinho, e a parte da plateia que não é sua, a maior parte, começa a se dispersar.

 

Ela canta outra canção em português, abre vozes lindas com sua banda e diz que ama a música brasileira. Pega o violão de novo e mostra seu maior sucesso, Best Part, que lançou com Daniel Ceaser e levou com ele um Grammy em 2019. Tudo ainda com seu clima de bossa soul. Ela chama o cantor Felipe Bide, que canta com ela e faz referências a Claudinho e Buchecha. Um flerte que começou nas redes sociais e acabou no palco.

 

Quando sente tudo frio demais, muda a direção das coisas e faz o show tomar o caminho do rock. Toca guitarra e alguns covers, incluindo Queen e Lenny Kravitz, mas, aí, quem está mesmo no palco? Ou H.E.R. acredita em si mesma e seu R&B classudo ou terá de fazer populismo eternamente.

 

Coisas de festival: H.E.R. tem um bom show para o Espaço Unimed, não para 100 mil pessoas do The Town. Seu silêncio é valioso demais para se jogar em um mar de pessoas mais preocupadas com o próxima atração.

 

Estar na última noite permitiu que ela pegasse boa parte da audiência de Bruno Mars, para o bem e para o mal. Sem foco, montou um setlist com um pouco de tudo e só conseguiu fazer um show frankenstein.

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