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Entre raquetes e panelas: o segredo de pais e filhos que se divertem juntos

Conheça histórias de como hobbies em comum impactam a relação entre pais e filhos

Na correria do dia a dia, entre as demandas de trabalho e as tarefas domésticas, a falta de tempo de qualidade em família pode afetar profundamente a relação entre pais e filhos. Para driblar essa rotina acelerada, muitas famílias têm encontrado nos hobbies uma forma de se reconectar e fortalecer os laços. Cozinhar uma receita afetiva ou disputar um jogo de tênis juntos se torna muito mais do que uma atividade: é um pretexto para conversar, rir e criar memórias que serão lembradas por muitos anos. Neste Dia dos Pais, conversamos com pais e filhos que encontraram nessas atividades uma forma especial de estarem juntos, fortaleceram os laços e acumulares memórias inesquecíveis.

Em quadra

É o caso do empresário Cláudio Melo e seu filho Luciano, que jogam tênis juntos toda semana. Cláudio, ou Dão, como é chamado pelos amigos, é tenista há mais de 30 anos, fruto da Era Guga Kuerten, que, em sua visão, motivou muitos brasileiros a torcerem, amarem e praticarem o esporte. “Temos no tênis uma busca por qualidade de vida, que é traduzida em busca de saúde; mente mais calma e, portanto, pronta para produzir profissionalmente; e também alegria em estar na quadra contra bons adversários e amigos queridos”, reflete.

O amor pela modalidade passou ao filho, que também começou a jogar ainda criança. “Comecei a jogar tênis quando tinha por volta dos dez anos, mas acabei parando alguns anos depois. Meu pai sempre jogou com bastante frequência, e de uns três anos pra cá acabei voltando”, relembra Luciano. 

Entre raquetes e panelas: o segredo de pais e filhos que se divertem juntos

Claudio Melo

Entre raquetes e panelas: o segredo de pais e filhos que se divertem juntos

Luciano Melo

“Nós jogamos juntos praticamente toda semana. Meu pai joga com mais frequência, mas me convida em todas as oportunidades, inclusive me incluindo em partidas com vários amigos dele”, conta. “É maravilhoso ter esse tipo de momento juntos, é uma forma de nos conectarmos mais através do esporte, que ensina paciência, perseverança e confiança, tanto em você mesmo quanto no seu parceiro. Então vejo esses momentos como uma forma de nos aproximarmos ainda mais”, admite.

Cláudio é fundador do Dão Open, um torneio próprio que ocorre anualmente em sua residência, em Brasília, e é cenário de diversas partidas em que joga lado a lado com Lupi, apelido que deu ao filho. “Acredito que disputar um set com o Lupi fortalece demais a nossa relação pai e filho, e engrandece o respeito pelo limite de cada um. Ali nos vemos como iguais em tudo e para tudo, gerando esforço mútuo e, acima de tudo, incentivando a competir de forma saudável e buscar sempre a conquista”, destaca Dão.

Também jogamos um contra o outro e, neste momento, a busca pela superação de cada um é enorme. Ninguém quer perder! E extraímos o melhor de nós neste momento. Mas quando termina, nada importa senão o prazer de um quase 60 (tenho 58 anos) e do jovem de 26. Amo jogar ao lado dele e adoro lutar contra ele na quadra. Isso é saudável e só nos aproxima como pai e  filho”, acrescenta.

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Já Luciano revela que há uma grande parceria entre ele e o pai quando jogam em duplas, mas que, quando são adversários, se veem como rivais. “Eu quero ganhar dele e ele quer ganhar de mim”, conta. “Mas se tem mais uma coisa que o tênis ensina é que nenhum ponto é de graça. Então tem que ter aquela rivalidade pra dar um gostinho a mais no jogo”, acredita.

Ele  relembra de um momento especial que viveu ao lado do pai, em um campeonato que disputaram juntos e levaram o troféu para casa. “Esse dia foi especialmente marcante não só pelo título, mas também pelo fato de que o torneio era para pais e filhos. Tivemos a oportunidade de enfrentar amigos nossos, conseguimos jogar bem e nos divertimos bastante”, comenta.

⁠Jogarmos juntos representa um momento sublime, pois crescemos como desportistas e, acima de tudo, levamos para a quadra um respeito enorme pelos limites do tenista que está lado a lado na luta pelo triunfo em quadra”, conclui o pai.

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Cláudio e Luciano Melo

Na cozinha

O cirurgião Erickson Blun e seu filho, o piloto de corrida Guga Lima, encontraram um ponto em comum entre os diferentes conhecimentos e especialidades que possuem: a paixão pela culinária. Blun, que é um dos participantes da primeira temporada do reality Chef de Alto Nível, da TV Globo, conta que ele e o filho sempre gostaram de cozinhar, mas foi a pandemia, em 2020, que acelerou o interesse da dupla pela criação de receitas. “Naquele período, uma das grandes atividades que tínhamos era inventar pratos, cozinhar e estar ali juntos”, relembra. 

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Gustavo Lima e Erickson Blun

Era muito gostoso, e começamos a aprimorar nossas técnicas”, explica o piloto. Aprenderam a fazer desde churrascos a risotos refinados – uma das receitas preferidas de Gustavo, que aprendeu com o pai. Mas uma das melhores memórias que têm juntos é de um dia em que as coisas não saíram como o planejado. “Um dia decidimos inventar uma massa caseira diferente, era farinha para tudo quanto é lado, não conseguimos chegar ao ponto correto da massa e, para abrir, foi muito difícil, mas foi uma festa”, conta o pai.

Já para Gustavo, um dos momentos mais marcantes aconteceu recentemente, e na companhia de toda a família. “Fizemos um carbonara há algumas semanas. Eu estava com meus cunhados e cada um dava um palpite. Batizamos o prato de ‘Carbonara a oito mãos e 20 bocas’, porque todo mundo dava um palpite a cada momento”, brinca. Porém, para ele, qualquer momento cozinhando ao lado do pai é único. “As minhas lembranças mais especiais são sempre renovadas a cada momento em que estamos na cozinha”, admite. 

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Agora que moram em casas separadas, os encontros não são mais diários. Pelo menos um fim de semana por mês se encontram para cozinhar e deixar a criatividade fluir entre panelas, risadas e muito afeto.  

Cozinhar é muito mais do que só fazer a comida, é um momento especial de troca de experiências, de falar coisas que às vezes não conversaríamos em outras situações… É um momento de engrandecimento para nós e uma união em família muito boa”, acredita o médico. “A mesa e a cozinha trazem isso, de cada vez mais agregar e conectar as pessoas e as famílias”, reflete.

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Edição 42

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