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Saúde sexual masculina: andrologia ganha espaço no País

Cerca de metade dos homens com mais de 40 anos, por exemplo, sofre com algum grau de disfunção, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia
Procedimentos estéticos em homens crescem no Brasil, diz pesquisa
Procedimentos estéticos em homens crescem no Brasil, diz pesquisa | Foto: Reprodução

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Apesar de estarmos no século XXI, alguns assuntos ainda são considerados tabus, principalmente quando relacionados à saúde sexual masculina. Disfunção erétil, exame de toque retal e ejaculação precoce são exemplos que confirmam essa afirmação. Contudo, não podemos negar que as coisas estão mudando e que conversas sobre essas questões vêm ganhando espaço no Brasil.

 

O fato é que as disfunções sexuais masculinas são muito comuns: cerca de metade dos homens com mais de 40 anos, por exemplo, sofre com algum grau de disfunção erétil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia. A busca por ajuda médica nesses casos tem se tornado mais frequente, mas parte dos pacientes ainda sequer sabe qual profissional procurar.

 

É nesse cenário que ganha espaço a andrologia, uma subespecialidade da urologia que se dedica aos aspectos da saúde masculina relacionados à sexualidade, oferecendo diagnóstico e tratamento para uma ampla variedade de distúrbios sexuais, como problemas anatômicos genitais, distúrbios no desenvolvimento de características sexuais secundárias, disfunções ejaculatórias, problemas de ereção, falta de libido e problemas hormonais.

 

paciente-de-consulta-do-homem-do-doutor-ao-encher-acima-um-formulario-de-candidatura-na-mesa-no-hospital.jpgFoto: Freepik

De acordo com o andrologista e urologista Gustavo Ramalho, uma das queixas mais comuns no consultório é a disfunção erétil, que pode se manifestar como dificuldade em iniciar uma ereção, dificuldade em manter uma ereção durante a relação sexual ou masturbação, além da perda das ereções matinais.

 

Os tratamentos paliativos, segundo o médico, incluem medicamentos orais, que são bem conhecidos pelos pacientes, e substâncias injetáveis, que são aplicadas antes das relações sexuais. O implante de prótese peniana também é considerado uma solução definitiva para o problema.

 

“Alguns pacientes desejam tratar o problema de uma vez por todas e optam pelo implante de prótese peniana, em vez de medicamentos e injeções”, destaca o médico. “Quando as expectativas são bem alinhadas, o índice de satisfação com a prótese gira em torno de 98% a 99%”. O especialista ressalta, contudo, que o sucesso do procedimento está diretamente relacionado com a experiência da equipe cirúrgica.

 

A diminuição da libido é outra reclamação frequente e pode estar relacionada a distúrbios hormonais, além de fatores externos que afetam o desejo sexual. Por fim, a ejaculação precoce também é uma queixa comum entre os pacientes.

 

Ainda segundo Gustavo, a estética genital masculina é uma das principais razões pelas quais os pacientes procuram a ajuda de um andrologista. Os problemas mais relatados são o comprimento e a grossura da haste peniana. Para lidar com essas questões, de acordo com o médico, existem tanto tratamentos clínicos quanto cirúrgicos.

 

Outro fator que merece atenção é a relação da infertilidade masculina e da Covid-19. Segundo uma revisão de estudos conduzida pelo Núcleo de Medicina Baseada em Evidências da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, a doença pode causar esse problema. A alteração acontece tanto na contagem de espermatozoides como na queda dos níveis de testosterona, mostra o levantamento recém-publicado no International Brazilian Journal of Urology

 

Hran conta com núcleo de referência dedicado à saúde do homem

 

O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) é referência no cuidado à saúde do homem em Brasília. No início de 2021, o local incorporou dois ambulatórios dentro do setor de urologia para consultas na especialidade de andrologia. 

 

“Sabemos que vários fatores ameaçam a saúde do homem. A disfunção erétil é considerada fator de risco para doenças cardiovasculares e a mais importante delas, o infarto. A andropausa gera uma piora na saúde e na qualidade de vida, aumentando o perigo de doenças crônicas e, a partir de um ponto, a mortalidade”, afirma o andrologista do Hran, Wellington Alves Epaminondas.

 

*Com informações do Estadão Conteúdo