Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (**OMS**) divulgou sua maior **revisão mundial sobre saúde mental** desde a virada do século. Um trabalho detalhado e destinado a governos, acadêmicos, profissionais de saúde e sociedade civil na intenção de alertar e apoiar o mundo na **transformação** da saúde mental. O resultado era o esperado.
Em 2019, quase **um bilhão de pessoas** – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com **algum tipo de transtorno mental**. O estudo constata, inclusive, que pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média **dez a vinte anos mais cedo** do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis.
![Foto: Anthony Tran / Unsplash](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/anthony_tran_v_Xymirxr5ac_unsplash_ccaf367db5.jpg)
Mesmo antes da pandemia, apenas uma pequena fração dos afetados tinham acesso a **cuidados eficazes e acessíveis**. Por exemplo, 71% das pessoas com psicose em todo o mundo não acessam serviços de saúde mental, uma vez que **os tratamentos** disponíveis **se concentram em países de alta renda**.
Depressão, desigualdade, guerras, crises climáticas são as principais ameaças globais. O fato é que o primeiro passo é evitar que **estigma, discriminação e violações de direitos humanos** contra pessoas com problemas de saúde mental **deixem de ser comuns** em comunidades globais.
Todos os 194 Estados Membros da OMS assinaram o **Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013–2030**, que os compromete com metas globais. Os progressos alcançados na última década provam que **a mudança é possível**. Mas ela é lenta diante da necessidade e negligência aos tratamentos.
![Foto: Priscilla du Preez / Unsplash](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/priscilla_du_preez_a_Pa843fr_Iz_I_unsplash_f29203ef6a.jpg)
**No dia a dia**
Às vésperas de findar a campanha **Janeiro Branco**, que estimula a compreensão sobre os riscos dos danos emocionais, o convite é **parar e ouvir os nossos ruídos**, uma vez que eles, claramente, sinalizam quando não estamos bem. **Maria Fernanda Caliani**, médica psiquiatra, especialista em terapia cognitiva comportamental, faz um **alerta** sobre o tema.
>“Ninguém duvida que haja um estigma ligado a quem tenha doença mental. Exclusão e discriminação são as maiores barreiras que impedem as pessoas de buscar assistência médica”.
Caliani reforça que **todos são suscetíveis a vivenciar a loucura**, a angústia, a passar por uma crise emocional, pois é próprio do ser humano. Por isso a importância de nossas sociedades ofertarem respostas ao sofrimento psíquico. Sejam elas, inclusive, nas questões banais do dia a dia.
**Mas quando buscar ajuda profissional?** A hora certa de buscar um psiquiatra é **quando os sintomas começam a atrapalhar os relacionamentos pessoais**, as atividades corriqueiras e profissionais. É quando percebe-se que não vai dar conta, que está começando a ter um gasto de energia considerável.
![Foto: Total Shape / Unsplash](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/total_shape_Ianw4_Rd_Vuoo_unsplash_234794ba63.jpg)
**Sinais de alerta**
– Reações desproporcionais a acontecimentos negativos ou positivos;
– Intolerância e irritabilidade fácil;
-Problemas para dormir ou crises de insônia frequentes;
– Descontrole emocional;
– Dores inexplicáveis pelo corpo;
– Uso de alguma substância em excesso, seja álcool ou droga que comprometa o dia a dia;
– Comportamentos compulsivos ou repetir rituais;
– Dificuldades em se concentrar ou problemas em fazer escolhas;
– Acentuação do medo de situações inofensivas como andar de avião, enfrentar multidões, pegar elevadores
– Pensamentos autodestrutivos como pensar em morrer ou mesmo se machucar.
>“Qualquer indivíduo pode ser acometido por transtornos mentais que o levam a situações dramáticas que o impedem de viver uma vida normal. Como lidamos com essas emoções é o que determina a qualidade da nossa saúde mental. Seja sofrimento ou alegria”, ressalta Caliani.
**Dicas para ficar bem**
– Ter hobbies terapêuticos;
– Criar contato com a natureza;
– Mudar o foco, ter prioridade, valorizar o que realmente importa;
– Investir em relacionamentos com vínculo social mais profundo;
– Praticar atividade física, manter dieta saudável e dormir bem