Estamos no mês de **Novembro Azul** e, com isso, a conscientização para a prevenção de diversos tipos de doenças oncológicas. Entre elas, o **câncer de bexiga**, que é o **décimo** mais comum **no mundo**.
Ao todo, mais de 10 mil brasileiros foram atingidos pela doença em 2020, de acordo com dados do **Instituto Nacional do Câncer** (Inca). Dessa forma, ela é uma das mais frequentes no Brasil, de acordo com a **Sociedade Brasileira de Urologia**, e, se no cenário global ocupa o 10º lugar, no País esse número se estabelece na 4ª posição se for feito um recorte por gênero – já que homens costumam ter maior incidência da doença, perdendo apenas para o câncer de próstata.
O **GPS|Lifetime** ouviu o oncologista **Rafael Amaral de Castro**, do grupo **Santa Lúcia**, e o urologista da Clínica **Veridium** e membro titular da **Sociedade Brasileira de Urologia**, **Pedro Freitas** sobre o assunto.
>”Aqui no centro-oeste é a décima causa de câncer. São previstos 60 casos dessa neoplasia em 2020 no universo de 5500 novos casos aqui no DF para o ano de 2020. Mais frequente em homens (7,23 em 100 mil casos x 2,8 para 100 mil em mulheres – 2,5 vezes mais frequente). No Brasil são esperados 10640 casos”, afirmou o oncologista **Rafael Amaral de Castro** do grupo **Santa Lúcia**. “Costumo dizer se a bexiga fosse uma piscina, as células uroteliais seriam o azulejo. Quando inalamos fumaça (de cigarro, fogueira , forno a lenha, carvoaria), as toxinas caem na cirurculação e são filtradas pelo rim e ficam concentradas na bexiga. Daí surge o câncer, do contato dos metabólitos com as células do revestimento. Na doença inicial, que acomete apenas as células do revestimento, sem invadir a parede muscular em si o tratamento é raspagem seguido de imunoterapia local (BCG) instilado intravesical. Neste caso o prognóstico é muito bom e quase 100% curável. No entanto, pacientes cuja a doença já invadiu a parede da bexiga e invadiu outros órgãos , o prognóstico é bem ruim. Na doença metastática a média de sobrevida com o tratamento foi 11,3 meses (menos de 1 ano de vida). Então varia bastante conforme vc pode ver”, completa.
**A região e a doença**
O tipo mais comum é o **carcinoma urotelial**, que afeta o tecido interior da bexiga e representa mais de 90% dos casos da doença.
Esse tipo de câncer costuma afetar mais aos idosos, e, em geral, é diagnosticado precocemente. No entanto, a reincidência é provável, o que faz com que o acompanhamento seja frequentemente recomendado. Em geral, apresenta 70% de chance de cura.
>”É uma incidência oito vezes menor que de próstata. É muito mais comum em homens, principalmente por homens fumarem mais que mulheres (…) É uma doença bem mais grave que o câncer de próstata, e a maioria dos tumores são superficiais e são **facilmente** curáveis com raspagem – porém, quando passa para um tumor que invade o músculo da bexiga, é preciso uma cirurgia mais invasiva e maior, a mortalidade passa a ser de 50% em até cinco anos”, explica o urologista **Pedro Freitas**. “A sobrevida, apesar disso, varia muito. Por isso, pacientes que detectam precocemente, os paciente se curam e, desde que sigam o tratamento adequadamente, tem uma sobrevida de longo prazo”, conclui.
**Tratamentos**
Os tratamentos incluem cirurgia, terapia biológica e quimioterapia. A quimioterapia tradicional utiliza algumas substâncias durante o tratamento, enquanto a biológica opta por organismos vivos, substâncias derivadas deles ou versões feitas em laboratório para agir contra as células cancerígenas.
**Agravantes**
Em geral, um dos principais agravantes é justamente hábitos como o **tabagismo**, já que fumantes possuem 3 vezes mais chances de ter câncer. Homens brancos costumam apresentar uma maior taxa de mortalidade e incidência da doença.
**Atente-se aos sintomas**
Em caso da incidência de câncer na família, é importante anualmente fazer os exames preventivos. Entre os sintomas para ficar de olho, estão principalmente dor e o sangue ao urinar.
Entre os famosos que já tiveram a doença, estão os apresentadores Celso Portiolli e, mais recentemente, o empresário Roberto Justus.
>”Durante um check-up que faço rigorosamente em dia, todos os anos, eu descobri um divertículo em cima da bexiga, pra quem quer entender melhor, talvez um cisto, que tinha uma coisa sólida dentro. Operamos, abrimos e descobrimos que era mesmo um tumor maligno. Então eu tinha um câncer de bexiga invasivo, só que foi tirado em tempo. Quando trata o assunto precocemente, o câncer não é uma sentença de morte pra ninguém”, afirmou Roberto Justus em suas redes sociais.
– Impossibilidade da pessoa urinar
– Sangue na urina
– Dor lombar
– Perda de apetite e perda de peso
– Fraqueza
– Inchaço nos pés
– Dor óssea
