Conhecida por atuar como presidente na Fundação Catar, a Sheikha Moza Bint Nasser Al-Missned, esposa do ex-Emir do Catar, Sheikh Hamad bin Khalifa Al Thani, tem ganhado destaque por sua atuação no país. Aos 65 anos, a mulher, mãe do atual Emir do Catar, o Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, é ativamente engajada no setor educacional e outras reformas sociais, com programas voltados para crianças e mulheres.
Fundada em 1995, a Fundação Qatar (Qatar Foundation – QF) é uma organização privada sem fins lucrativos que tem como foco o desenvolvimento da educação, ciência, pesquisa e comunidade no Catar e no mundo. Com um campus de 12 quilômetros quadrados, o lugar abriga além de centros educacionais, parques tecnológicos, incubadoras de startups, instituições culturais e patrimônios culturais, a instituição visa transformar o Catar em uma sociedade baseada no conhecimento, explorando o potencial de sua população.
Entre as principais causas defendidas pela Sheikha Moza estão o combate à violência doméstica, a ampliação dos direitos trabalhistas e infantis, além da promoção da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Seus esforços têm gerado resultados concretos, como demonstra o fato de as mulheres já superarem os homens em número de matrículas nas universidades.
Com iniciativas ousadas e estratégicas, Sheikha Mozah tem se destacado por impulsionar transformações significativas nas áreas de educação, equidade de gênero e proteção social, consolidando seu papel como uma das vozes mais influentes no cenário humanitário internacional.
Reconhecida internacionalmente por seu empenho em transformar a realidade educacional no Catar, Moza foi nomeada, em janeiro de 2003, Enviada Especial da UNESCO para a Educação Básica e Superior. Desde então, ela tem ampliado sua atuação junto às Nações Unidas, liderando iniciativas estratégicas com foco em desenvolvimento humano e reconstrução por meio do conhecimento.
Um dos marcos dessa trajetória foi a criação do Fundo Internacional para a Educação Superior no Iraque, voltado à recuperação acadêmica do país após conflitos prolongados. Em 2005, ela lançou a Fundação Reach Out to Asia, voltada à promoção da educação em comunidades carentes da Ásia e do Oriente Médio.
Durante uma entrevista concedida à CNBC International TV em 2022, disse ficar feliz com os resultados que se propõem a alcançar. “Em 2012, prometi educar 10 milhões de crianças em 5 anos. Conseguimos isso em 6 anos… mas pelo menos conseguimos”, declarou na ocasião, pontuando ainda que sempre a novas metas para serem alcançadas.
Mãe de sete filhos, Moza também quebrou paradigmas dentro do próprio país. Em uma sociedade marcada por códigos conservadores, foi a primeira mulher da monarquia a acompanhar o marido em compromissos públicos, algo até então inédito. Sua presença tornou-se símbolo de uma nova postura feminina dentro do poder, de forma ativa, culta e politicamente engajada.
Sua trajetória pessoal também é marcada por superações. Ela teve o pai preso na infância, casou-se com o filho do inimigo da sua família aos 18 anos, e anos depois ajudou o marido a assumir o trono. Libertou o pai e preparou o próprio filho, Tamim bin Hamad Al Thani, para governar. Sua força não está apenas em sua fortuna — é a combinação de estratégia, elegância e visão de futuro que a torna singular.
Relação da Sheikha Moza com a moda
Formada em sociologia, com mestrado em políticas públicas e diversos títulos de doutorado, a Sheikha Moza também tem sido apontada como um ícone de estilo regional e global. Segundo a Vogue, a matriarca tem um senso de moda impecável, o que reflete nos investimentos da família real.
Em 2012, eles adquiriram a grife italiana Valentino, por 700 milhões de euros. Quatro anos depois, foi a vez da francesa Balmain, por 500 milhões de euros. Suas aparições, cuidadosamente pensadas, se tornaram símbolo de poder suave e sofisticação cultural.
Nos bastidores, ela transformou investimentos em grandes retornos financeiros, posicionando o Catar como potência no mercado global do luxo. Enquanto veste Dior, Chanel e Hermès com a naturalidade de quem desfila entre cúpulas políticas e passarelas culturais, ela também coleciona arte e já fundou quatro museus, numa atuação que funde estética, diplomacia e identidade nacional.