Um jovem perdeu a vida após se submeter a um procedimento com fenol em uma clínica estética clandestina. A dona do estabelecimento não possuía especialização nem autorização para realizar o peeling, o que levantou suspeitas sobre a fatalidade. A polícia está investigando o caso como homicídio, e a clínica foi interditada e multada.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) tem reiterado a necessidade de cuidado para qualquer tratamento estético, especialmente quando há intervenções invasivas (veja abaixo). Da mesma forma, o dermatologista Wesley Ferreira comentou sobre o caso ao GPS|Brasília, quando alertou para os perigos do uso inadequado do fenol em procedimentos estéticos.
“O fenol é um produto altamente penetrante, podendo chegar até camadas profundas da pele. É crucial que esse tipo de procedimento seja realizado por profissionais habilitados, sob monitorização e com todo o suporte necessário para lidar com possíveis complicações”, destacou o especialista.
Segundo Ferreira, a substância utilizada no procedimento pode ter levado à intoxicação do paciente, resultando na morte precoce do rapaz. Ele ressaltou a importância de realizar exames prévios, como eletrocardiograma, para garantir a segurança do paciente antes de se submeter a intervenções invasivas como o peeling com fenol.
“Quanto à causa da morte do paciente, somente os exames da necrópsia poderão definir o que de fato ocorreu, mas é possível que o próprio anestésico tenha levado a uma intoxicação e ao desfecho letal. Como a profissional realizou cortes na face do paciente antes da realização do procedimento, a absorção de qualquer substância na pele após terá sido muito aumentada, de forma completamente imprevisível”, explicou
Segundo o especialista, o uso de anestésico tópico num consultório médico, com toda a estrutura necessária para resolver eventuais complicações e nas mãos de um médico habilitado e experiente não levaria à consequência extrema como a que ocorreu.
“Mas no cenário de uma clínica sem estrutura e sem médico, essa eventualidade pode ocorrer a qualquer momento, como de fato ocorreu”, emendou o profissional.
O médico enfatizou a necessidade de conscientização da população sobre a importância de procurar profissionais qualificados e devidamente capacitados para a realização de procedimentos estéticos.
“Apenas médicos dermatologistas ou cirurgiões plásticos membros de suas respectivas sociedades estão aptos a realizar esse tipo de intervenção. É fundamental priorizar a saúde e a segurança em qualquer procedimento estético”, finalizou Ferreira.
CFM
O Conselho Federal de Medicina (CFM) também enfatizou a importância de que procedimentos estéticos invasivos, como o peeling de fenol, sejam realizados exclusivamente por médicos, de preferência com especialização em dermatologia ou cirurgia plástica, a fim de garantir ao paciente um atendimento competente e seguro.
Em nota, a entidade reiterou que, mesmo quando realizados por médicos, todos os procedimentos estéticos invasivos devem ser executados em ambientes adequados, seguindo as normas sanitárias e com estrutura para oferecer suporte imediato em casos de complicações.
Além disso, o conselho cobrou ações dos órgãos de controle para coibir abusos e irregularidades na área.
“A Anvisa, com o apoio das vigilâncias estaduais e municipais, deve intensificar a fiscalização dos estabelecimentos e profissionais que oferecem esse tipo de serviço sem cumprir os critérios estabelecidos pela lei e pelos órgãos de controle”, destacou o comunicado do CFM.
