O ciclo menstrual faz parte da vida das mulheres, mas, para algumas, o período que antecede a menstruação pode ser especialmente desafiador. Trata-se do Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), uma condição que vai muito além da conhecida Tensão Pré-Menstrual (TPM).
Nos últimos dias, a atriz Fernanda Machado, conhecida por seus papéis em novelas como Alma Gêmea e Paraíso Tropical, revelou ter sido diagnosticada com o TDPM. Em suas redes sociais, ela compartilhou que recebeu o diagnóstico há um ano e meio e que tem se dedicado a estudar sobre o assunto. A artista mencionou que está prestes a lançar um livro intitulado Tudo que não me Contaram Sobre a Maternidade, no qual aborda, entre outros temas, sua experiência com o transtorno.
O TDPM afeta uma parcela menor das mulheres em idade fértil, mas seus efeitos são intensos. Os sintomas surgem cerca de uma semana antes da menstruação e desaparecem nos primeiros dias do ciclo, causando um impacto significativo na rotina, nos relacionamentos e na saúde emocional.
Entre os principais sintomas estão irritabilidade extrema, tristeza profunda, ansiedade, sensação de desesperança e, em casos mais graves, pensamentos negativos persistentes. Além dos sinais emocionais, o TDPM também pode provocar dores físicas, fadiga, inchaço e alterações no apetite e no sono.
Diagnóstico
Apesar de ser uma condição reconhecida, o TDPM ainda é pouco compreendido e muitas mulheres convivem com os sintomas sem saber que se trata de um transtorno tratável. Em geral, o diagnóstico exige o acompanhamento dos sintomas por pelo menos dois ciclos menstruais completos, observando padrões e intensidade.
“O diagnóstico é confirmado depois de realizados exames clínicos e laboratoriais para descartar problemas de tireóide, transtornos de ansiedade, depressão, estresse e deficiência de vitamina B6, cálcio ou magnésio, alta ingestão de cafeína e outras questões que podem causar sintomas semelhantes aos da TDPM”, explica o ginecologista e obstetra Alexandre Rossi.
O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, terapias emocionais, uso de medicamentos específicos e acompanhamento regular. Embora não haja uma cura definitiva, é possível controlar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida.